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Relógio suíço desperta do marasmo e aponta para a liderança (a crónica do Benfica-FC Porto)

Este artigo tem mais de 5 anos

O clássico começou parado, paradinho, com mais faltas e amarelos do que remates e ocasiões de golo. Mas depois um relógio suíço deu horas e despertou para a vitória que dá a liderança aos encarnados.

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Filipe Amorim

Filipe Amorim

Podia ser só mais um clássico, e já seria muito, mas depois o SC Braga resolveu empatar na receção ao Rio Ave e deixou a liderança à mercê de quem a conseguisse apanhar no clássico deste domingo. Estamos longe, muito longe ainda do mês de maio, é certo, mas o Benfica pode bem ter conseguido uma importante vantagem nas contas finais depois de ter derrotado o FC Porto, no Estádio da Luz.

Não foi um jogo brilhante, longe disso. Mas valeu a vitória e não foi uma vitória qualquer. Foi daquelas que trouxe a liderança, ainda que partilhada com os bracarenses (o Benfica leva vantagem na diferença entre golos marcados e sofridos), e desfez o enguiço do técnico encarnado que, em 19 tentativas (seis pelo Benfica), nunca tinha conseguido levar a melhor sobre os azuis e brancos.

Rui Vitória confirmou a esperada estreia a titular de Cristián Lema para resolver o seu problema central — Jardel, lesionado, e Conti, castigado, não puderam alinhar no eixo da defesa — e, na frente, voltou a apostar em Cervi e sentou Rafa, que até tinha marcado dois golos na última jornada em Chaves e sido aposta inicial frente ao AEK. Do outro lado, Sérgio Conceição também não inovou: voltou a apostar no meio campo musculado que tem sido a sua fórmula Champions (com Danilo, Herrera e Otávio), promovendo Soares a ponta de lança e deixando Marega como um ‘jóker’ que tanto pode romper pela direita, como juntar-se ao brasileiro na frente de ataque, trazendo uma nuance tática.

Ficha de Jogo

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Benfica-FC Porto, 1-0

7.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz

Árbitro: Fábio Veríssimo

Benfica: Odysseas; Almeida, Ruben Dias, Lema, Grimaldo; Fejsa; Salvio, Pizzi (Alfa Semedo, 81′), Gabriel, Cervi (Rafa, 59′); Seferovic.

Suplentes não utilizados: Svilar, Samaris, Gedson, Jonas e Castillo.

Treinador: Rui Vitória

FC Porto: Casillas; Maxi (Corona, 70′), Felipe, Militão, Alex Telles; Otávio (Sérgio Oliveira, 52′), Herrera, Danilo, Brahimi; Marega e Soares (André Pereira, 76′).

Suplentes não utilizados: Vaná, Chidozie, Mbemba e Óliver.

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Seferovic (62′)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Grimaldo (10′), Casillas (19′), Cristián Lema (32′ e 83′), Otávio (47′), Maxi (56′), Herrera (59′), Rafa (75′), Brahimi (77′). Expulsão de Cristián Lema (83′).

Com as duas equipas próximas pontualmente e sem necessidade de arriscarem em demasia, a primeira parte foi presa, fria, gelada, com os jogadores encaixados e os principais duelos a acontecerem longe das balizas. O primeiro momento de algum “perigo” — e temos mesmo de colocar a expressão entre aspas — aconteceu aos 12 minutos, quando Cervi apontou um livre da esquerda e Rúben Dias subiu às alturas para cabecear, mas Militão tapou o caminho da baliza.

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O Benfica tinha mais bola, mas pouco ou nada ia fazendo com ela. Já o FC Porto pressionava e tentava apostar nas bolas em profundidade para Marega e Soares, mas era tudo muito ‘poucochinho’ — a história da primeira parte foi a história das faltas, dos cartões amarelos e dos passes falhados. Basta ver a estatística: aos 35 minutos, eram mais os cartões amarelos do que os remates à baliza. Um deles foi para Casillas que, pasme-se, aos 19 minutos já estava a ser admoestado por atrasar a reposição de bola (depois de ser alertado, três vezes, por Fábio Veríssimo).

Com boa vontade, houve dois lances de algum perigo na primeira parte: aos 15′, uma defesa providencial de Casillas, quando Seferovic corria na sua direção na sequência de um apontado por Pizzi para as costas de Felipe. E, oito minutos depois, um remate de Soares à malha lateral, depois de Herrera ter tido olho para o descobrir com espaço no lado esquerdo do terreno de jogo.

A segunda parte começou a parecer tão sonolenta como a primeira, mas, à passagem da hora de jogo, o Benfica acordou as 60 mil gargantas do Estádio da Luz — que soltaram aquele bruaá quando Casillas voltou a ser o Porto seguro da equipa de Sérgio Conceição, ao parar um remate de pé esquerdo de Gabriel, na sequência de uma boa jogada dos encarnados, praticamente toda ao primeiro toque.

Foi o necessário para desbloquear o jogo, já que, nem dois minutos depois, Seferovic colocou o Benfica em vantagem, depois de uma assistência de cabeça de Pizzi — marcando o primeiro golo em clássicos. Finalmente os corações começaram a palpitar e as gargantas a fizeram-se ouvir. O Benfica encheu-se de confiança, ameaçou montar o cerco à baliza de Casillas e Sérgio Conceição reagiu: tirou o azarado Maxi (que, ao sair, não somava qualquer passe para finalização, cruzamento ou drible eficaz e apenas três ações defensivas) e fez entrar Corona, para tentar introduzir alguma vertigem na frente. Simultaneamente, refrescou a frente de ataque, lançando no jogo o menino André Pereira, para o lugar de Soares.

Mas nem por isso o jogo mudou significativamente. Danilo — que estava a ser o principal pêndulo do meio campo portista — foi lá à frente tentar assustar Vlachodimos com um cabeceamento que saiu pouco ao lado, mas o principal facto a registar era mesmo a expulsão de Lema, e logo no jogo de estreia no campeonato — o argentino derrubou André Pereira e viu o segundo amarelo, revelando o verdadeiro problema central de Rui Vitória: ficar reduzido a 10 pela terceira vez consecutiva e sempre pela expulsão de um central (Conti, Rúben Dias e, agora, Lema).

Até final, o FC Porto ainda correu atrás dos pontos, primeiro por Brahimi, que rematou em arco ao poste esquerdo de Vlachodimos, depois por Militão, que cabeceou por cima depois de um livre batido por Sérgio Oliveira. Mesmo em cima do apito final de Fábio Veríssimo, Danilo, de novo Danilo feito ponta de lança, saltou mas a bola não levou a direção da baliza encarnada. As esperanças portistas morriam com um abanão suíço no marasmo — que pode bem ter relançado as contas do campeonato.

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