O primeiro holandês de sempre a comandar o Sporting começou a nova aventura após passagem pelos Emirados Árabes Unidos (onde chegou depois de ter orientado o Ajax) com uma goleada na Taça de Portugal frente ao Lusitano Vildemoinhos por 4-1 mas foi outro holandês que esteve em destaque com mais dois golos e um registo que ficará para a história na sua carreira.

O novo candidato que apareceu hoje a escrever o futebol de autor de amanhã (a crónica do Lusitano-Sporting)

“Nos primeiros 10/15 minutos do jogo tivemos alguns problemas no controlo da posse de bola mas depois começámos a criar boas oportunidade e marcámos um bom golo. Ainda assim, não ficámos felizes por sofrer o golo do empate logo a seguir, ainda antes do intervalo. Na segunda parte estivemos bem e pressionámos melhor. Foi um bom dia para nós”, resumiu Marcel Keizer na zona de flash interview após o encontro, antes de especificar a chave para o triunfo folgado no segundo tempo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Penso que ninguém estava satisfeito ao intervalo, com o resultado empatado a um. Ninguém estava feliz com isso. Depois a velocidade subiu e o Lusitano teve mais problemas. Se o que fez a diferença foi a qualidade individual e a experiência? Claro que sim. Temos bons jogadores e estiveram bem. Como treinador pensamos sempre que pode ser melhor mas estivemos bem. Os jogadores fizeram um bom trabalho, foi uma boa vitória”, salientou. “Foi importante ver os jogadores em ação após duas semanas de treino. Opções iniciais? Os jogadores querem oportunidades e vão ter. Trabalham muito e tudo pode acontecer com a equipa, até porque há lesões e suspensões. Temos de ver”, acrescentou, entre elogios ao apoio dos adeptos leoninos.

Também Bruno Fernandes, que apontou esta tarde o sétimo golo na temporada, mostrou-se satisfeito com os primeiros sinais deixados por Keizer e pela qualidade com que o Sporting chegou aos golos no segundo tempo.

“Temos valores individuais muito fortes e ficou provado que fazendo as coisas simples, a um/dois toques, conseguimos marcar golos. Os nossos golos acontecem assim, a um/dois toques, tabelas rápidas, bolas rápidas e cruzamentos. É nisto que temos de trabalhar. A simplicidade do nosso jogo faz com que o nosso futebol saia mais fluido. Tive pouco tempo de trabalho com o novo treinador mas fui falando com os meus companheiros para perceber como estavam as coisas. Toda a gente me falou bem e estamos muito satisfeitos com os métodos de trabalho e ideias. Agora é trabalhá-las ao máximo porque acredito que temos muita coisa a melhorar”, destacou o internacional português. “Sobre o jogo, dominámos por completo apesar de termos concedido oportunidades ao Lusitano para fazer contra-ataque. Tiveram essa chances e souberam aproveitar, tiveram mérito nisso. Mas controlámos e tivemos bola, umas vezes mais lento, outras mais rápido. O importante era conseguirmos controlar, ter a bola e entrarmos nos métodos do treinador”, completou.

Se Bruno Fernandes voltou aos golos, Bas Dost repetiu o bis que tinha carimbado o último triunfo dos leões em Alvalade na receção ao Desp. Chaves e leva uma série de cinco remates certeiros nos últimos quatro jogos com uma outra particularidade: alcançou o 200.º golo na carreira como sénior entre Emmen, Heracles, Heerenveen, Wolfsburgo e Sporting.

Em paralelo, começa a adensar-se uma tendência que já se registara na última temporada e que conheceu um “acrescento” em 2018/19: além de Bruno Fernandes e Bas Dost, que tinham estado diretamente ligados a mais de metade dos golos do Sporting no ano de estreia do internacional português em Alvalade (e ambos rescindiram contrato no Verão, tendo depois voltado atrás), Nani também está a justificar novo regresso ao clube e o trio esteve ligado a 88% dos golos verde e brancos, num total de 20 golos e oito assistências para três dos elementos mais avançados do grupo agora comandado por Keizer.