O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) diz que a greve desta quarta-feira no setor, que se prolonga até 31 de dezembro, afetou “a maioria” das repartições de finanças e alfândegas, com encerramentos ou funcionamento com poucos funcionários.

“Em geral, desde Viana de Castelo até ao Algarve, o reporte que temos é que a esmagadora maioria dos serviços estão encerrados e os que estão abertos têm pouco pessoal”, afirmou o presidente do STI, Paulo Ralha, à Lusa.

O sindicalista disse a adesão à greve, no primeiro de seis dias do protesto, estar a “corresponder às suas expectativas”, mostrando o descontentamento dos funcionários dos impostos face ao atraso na negociação das carreiras com o Governo.

O STI ressalvou não ter ainda números da adesão à greve em Lisboa, não podendo precisar, para já, os resultados globais do primeiro dia de protestos, mas reforçou que a adesão foi “bastante elevada” e, além de afetar os serviços das alfândegas, levou ao encerramento “da maior parte” dos serviços de finanças.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Os serviços que não estão encerrados estão com menos trabalhadores”, afirmou, precisando estar também a ser afetado o desalfandegamento de mercadorias e o reembolso do IVA fora do espaço ‘Schengen’ (tax free), por “não haver pessoal para fazer esse reembolso”.

A Lusa contactou o Ministério das Finanças, mas fonte oficial disse que não vão fazer comentários. Antes, Paulo Ralha já tinha explicado à Lusa que o protesto se dava contra o atraso verificado na negociação das carreiras com o Governo, prevendo impactos nos aeroportos, finanças e portos.

“O principal motivo [da paralisação] tem que ver com o não andamento das negociações relativamente à carreira. Há cerca de um mês e meio que o secretário de Estado [dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes] nos enviou um documento e nós remetemos uma contraproposta”, disse, na sexta-feira, o presidente do STI.

De acordo com o sindicalista, o Governo ainda não apresentou uma resposta, tendo os trabalhadores, por isso, decidido manifestar o seu descontentamento. Paulo Ralha explicou, na altura, que o atraso se deve ao facto de o documento em causa ter que passar pelas secretarias de Estado do Emprego Público e do Orçamento, ressalvando que os trabalhadores já esperaram “demasiado tempo” e que “estes passos já poderiam ter sido todos dados, se houvesse outra vontade do Governo em desbloquear a situação”.