O lucro consolidado do BPI em 2018 disparou para os 490,6 milhões de euros, acima do resultado de 10,2 milhões de euros registados em 2017, divulgou esta sexta-feira o banco liderado por Pablo Forero.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição justifica que os “ganhos extraordinários com a venda de participações” elevaram o lucro da atividade em Portugal para os 396 milhões, o que representa 81% do resultado consolidado.

Este valor inclui os ganhos extraordinários com as vendas da participação na Viacer (59,6 milhões de euros no primeiro trimestre), da BPI Gestão de Ativos e BPI GIF (61,8 milhões de euros no segundo trimestre) e dos negócios de acquiring/TPA e cartões (total de 71,7 milhões de euros, no terceiro e quarto trimestre, respetivamente).

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Quanto à participação financeira do BPI em Angola, o BFA gerou um contributo positivo de 73,2 milhões de euros em Angola (em 2017 o contributo foi negativo em 119,5 milhões de euros), o que inclui os impactos da reclassificação contabilística do BFA e da desvalorização do kwanza.

O contributo do BFA incorpora assim um impacto negativo de 139 milhões de euros “decorrente da alteração da classificação contabilística da participação financeira do BPI no BFA, que deixa de ser considerada ‘empresa associada’, consolidada por equivalência patrimonial, para passar a ser classificada como um investimento financeiro, em ‘ações ao justo valor por outro rendimento integral’”.

O BPI considera que esta opção contabilística é mais “prudente” e reflete “de forma adequada” a sua posição atual no BFA (sem influência significativa). Após esta alteração, o resultado líquido do Banco BPI passará a refletir apenas os dividendos do BFA atribuídos ao BPI e não os lucros apropriados, como sucedia até aqui.

Em Moçambique, o BCI contribuiu com 20,5 milhões de euros (8,1 M.Euro em 2017). Em Portugal, a atividade comercial cresceu em todos os segmentos de negócio.

Segundo o BPI, o produto bancário recorrente em Portugal aumentou 9% face a 2017 para 721,6 milhões de euros, tendo para este resultado contribuído o aumento da margem financeira em 8,8% (mais 34,3 milhões de euros) para 422,6 milhões de euros e a subida de 5,6% (mais 14,8 milhões de euros) das receitas de comissões líquidas para 277,8 milhões de euros.

As comissões bancárias aumentaram 6,5%, os fundos de investimento 6,6% e os seguros 2,7%. Depósitos de clientes, por sua vez, aumentam 1,792 mil milhões de euros.

Os bons resultados da atividade comercial do BPI no mercado doméstico estão refletidos no aumento de 1,792 mil milhões de euros nos depósitos de clientes, para 21,160 mil milhões de euros (mais 9,3% face a 2017), sublinha.

Os depósitos de investidores institucionais e financeiros registam uma descida já esperada (de 34%), que resulta de uma política ativa do BPI de redução da oferta destes produtos com o objetivo de otimização dos rácios de liquidez.

Os recursos totais de clientes, que incluem recursos com registo fora do balanço, aumentaram 1,8% face a 2017 para 33,195 mil milhões de euros.

A produção de novo crédito hipotecário ascendeu a 1,287 mil milhões de euros em 2018, o que representa um crescimento de 21% face ao ano anterior. A carteira de crédito ao consumo cresce 4,8% e a margem financeira sobe 8,8% no ano para 422,6 milhões de euros, apoiada pelo crescimento da carteira de crédito.

As ações do BPI terminaram a negociação na quinta-feira inalteradas, nos 1,46 euros.