A Volkswagen estruturou de forma quase ‘perfeita’ a sua estratégia para os veículos eléctricos. Pegando no exemplo da Tesla, apostou em plataformas específicas, ao contrário da BMW e da PSA, que avançaram para soluções mistas (eléctricos/combustão). E, temendo ficar sem células para os seus packs de baterias, garantiu por um lado o minério (lítio e cobalto, entre outros) necessário à produção, para depois contratar cinco fornecedores para produzir as ditas células e os packs para alimentar os motores eléctricos das gamas que vêm aí.

Mas até nos melhores planos por vezes cai a nódoa. Desta vez, a “nódoa” foi o anúncio de um casamento entre a Volkswagen e os sul-coreanos da SK Innovation, especialistas em baterias. O casamento não é, em si, uma novidade, pois mais uma vez à semelhança do que a Tesla já faz desde 2012, é natural que os fabricantes de automóveis produzam as suas próprias baterias (e as desenvolvam), idealmente com um parceiro especializado, se desejam estar na crista da onda na tecnologia dos acumuladores.

O problema da Volkswagen foi contratar a SK Innovation, que era um dos fornecedores menores do grupo de cinco, e deixar de fora a LG Chem, também sul-coreana que, por ser o fornecedor mais importante, se sentiu atraiçoada. A Volkswagen acordou com a SK Innovation montar uma fábrica nos EUA para produzir células e packs, para os veículos que ali quer fabricar, e revelou estar interessada em estender esse acordo a uma segunda instalação na Europa, o que fez a LG Chem reagir, avisando os alemães que deixaria de fornecer o grupo caso a fábrica europeia com a SK Innovation avançasse. E como a fábrica americana não está pronta antes de 2022 e a europeia só um ou dois anos depois, a ameaça da LG Chem pode colocar em perigo toda a estratégia do construtor de Wolfsburg.

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