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O novo símbolo apagou a história escrita pelos velhos do Restelo (a crónica do Benfica-Belenenses SAD)

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Jonas e Samaris fizeram o mais difícil e mostraram que a idade é um posto mas erros de Vlachodimos e Rúben Dias permitiram que Belenenses SAD, a estrear novo símbolo, conseguisse empatar na Luz (2-2).

Jonas fez o 1-0 e teve a melhor oportunidade após o 2-2 a dez minutos do final, mas o cabeceamento saiu ao lado
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Jonas fez o 1-0 e teve a melhor oportunidade após o 2-2 a dez minutos do final, mas o cabeceamento saiu ao lado

AFP/Getty Images

Jonas fez o 1-0 e teve a melhor oportunidade após o 2-2 a dez minutos do final, mas o cabeceamento saiu ao lado

AFP/Getty Images

No passado sábado, pouco depois da derrota em Zagreb na primeira mão dos oitavos da Liga Europa, o Benfica teve a habitual entrega de vários títulos aos seus associados pela antiguidade, do Anel de Platina ao Emblema de Prata, passando pelo Emblema de Ouro, consoante o número de anos de filiação. Nos melhores ou nos piores momentos da carreira desportiva no futebol, este é daqueles momentos onde a expressão mais apaixonada pelo clube não mexe. Podem ir mais ou menos sócios; os que vão ao Pavilhão da Luz transportam sempre o mesmo espírito positivo. Mas a vitória no clássico uma semana antes reforçou e muito esse clima. Mais do que nunca, a hashtag #reconquista que vem desde o início da temporada faz sentido. E dentro da emocionada homenagem ao antigo vice Mário Dias, Luís Filipe Vieira como que sentiu esse clima de euforia disfarçada.

Benfica teve dois golos de vantagem mas Belenenses SAD conseguiu empate em três minutos

O presidente dos encarnados falou na aposta convicta na formação, na expansão e melhoramento do centro de estágios do Seixal, da evolução/consolidação da situação financeira e da passagem do estádio e da BTV da SAD para o Benfica (algo que na altura passou um pouco ao lado mas que foi das movimentações mais importantes nesta fase do projeto das águias) mas, quando chegou à parte do futebol, e mesmo com a liderança no Campeonato com mais dois pontos do que o FC Porto – que entretanto ganhara em Santa Maria da Feira por 2-1 nesta jornada –, pediu para que todos esses sonhos tivessem os pés bem assentes na terra. “Vamos enfrentar as dez finais que faltam com humildade, concentração e confiança, certamente com uma onda vermelha que vai acompanhar a equipa nos desafios que temos pela frente”, alertou Vieira no discurso feito na cerimónia.

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Nos últimos anos, o número 1 dos encarnados sabe bem da importância desses valores para chegar ao final na frente. Tal como aconteceu em 2016, quando o conjunto então orientado por Rui Vitória foi ganhar a Alvalade, chegou à liderança e, quando havia a expetativa que escorregasse até final da prova, manteve a senda vitoriosa e bateu o recorde de pontos num Campeonato. Tal como não aconteceu em 2012 ou em 2013, quando a formação comandada por Jorge Jesus teve quatro e cinco pontos de avanço na segunda volta mas perdeu terreno com deslizes inesperados que viriam a ser determinantes nas contas finais. E parecia que estava a adivinhar aquilo que iria acontecer na Luz: depois de ter conseguido o mais difícil, marcando dois golos nos dois primeiros remates enquadrados à baliza (sendo que o de Samaris sofreu um desvio), o Benfica desperdiçou a vantagem com dois erros individuais transformados em golo pelo Belenenses SAD… também nos dois únicos remates enquadrados após o intervalo.

Ficha de jogo

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Benfica-Belenenses SAD, 2-2

25.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: João Capela (AF Lisboa)

Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo; Samaris (Zivkovic, 79′), Florentino Luís; Rafa (Jota, 84′), Pizzi; João Félix e Jonas

Suplentes não utilizados: Svilar; Yuri Ribeiro, Gedson Fernandes, Krovinovic e Cervi

Treinador: Bruno Lage

Belenenses SAD: Muriel; Gonçalo Silva, Nuno Coelho, Sasso; Diogo Viana (Sagna, 85′), André Santos, Eduardo Henrique, Lucca, Zacarya; Kikas (Nico Vélez, 79′) e Licá (Ljulic, 90+3′)

Suplentes não utilizados: Mika; Luís Silva Kiki e Calila

Treinador: Silas

Golos: Jonas (55′), Samaris (63′), Diogo Viana (68′) e Kikas (70′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a André Santos (25′), Eduardo Henrique (51′ e 90+4′), Nuno Coelho (72′) e Diogo Viana (82′); cartão vermelho por acumulação a Eduardo Henrique (90+4′)

Os encarnados, que pela primeira vez perderam pontos no Campeonato desde que Bruno Lage é treinador, continuam à frente no Campeonato, apesar de contarem agora com os mesmos pontos do FC Porto. Ou seja, e para facilitar raciocínios, é a única equipa que depende apenas de si para chegar ao título. No entanto, e depois do triunfo no clássico, desperdiçou de imediato a pequena almofada de conforto que tinha até ao final da época. E tudo porque, numa noite em que o Belenenses SAD estreou um novo símbolo que mistura a Torre de Belém e um “B” em vez da Cruz de Cristo (por decisão do tribunal, em virtude do longo diferendo com o Clube de Futebol Os Belenenses), os novos símbolos dos encarnados, Vlachodimos e Ruben Dias, aquele que têm sido desde o início da temporada dois dos jogadores mais regulares da equipa, tiveram lapsos anormais de principiante que acabaram por anular o “grito de revolta” dos dois velhos do Restelo, os mais experientes Jonas e Samaris, que tinham marcado golos que em condições normais decidiriam um jogo onde foram dos melhores em campo, a par de Ferro e Florentino Luís – a esse propósito, é preciso recuar a 2001 para se encontrar um jogo na Luz em que o 2-0 não deu triunfo.

O encontro começou a todo o gás e com duas ameaças (com perigos diferentes) em apenas três minutos: André Santos tentou a meia distância para defesa fácil de Vlachodimos logo no primeiro minuto, Rafa aproveitou uma recuperação alta (com pormenor de classe à mistura) de Samaris para rematar em arco a rasar o poste da baliza de Muriel. Os cartões de visita dos dois conjuntos estavam apresentados mas o Belenenses SAD tinha ainda um anexo por mostrar: a capacidade de fazer boas aproximações até à área encarnada, sendo que, numa dessas ocasiões, Diogo Viana não conseguiu dar o melhor seguimento ao segundo poste a um cruzamento de Lucca após movimento da esquerda para o meio (8′). Ao contrário do que tinha acontecido nos últimos encontros, os visitantes não eram meros convidados para a festa do golo dos encarnados. E também procuravam marcar.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Belenenses SAD em vídeo]

Silas avisou e não chegou à Luz ao engano: durante a semana tinha preparado a equipa sobretudo numa perspetiva ofensiva para explorar as possíveis debilidades dos encarnados. No entanto, e depois de uma primeira fase onde a bola conseguia chegar a Lucca num espaço entrelinhas que os azuis conseguiam criar, o crescimento no jogo de Florentino Luís (a grande surpresa no onze de Bruno Lage, no lugar do castigado Gabriel) e Samaris, a fazer interceções e recuperações em zonas mais avançadas do terreno, remeteu durante largos minutos do Belenenses SAD a 30 metros sem capacidade de saída. Pizzi e Rafa, com remates por cima, materializaram sem eficácia esse aumento do caudal ofensivo do Benfica, que reclamou (e muito) uma grande penalidade por assinalar de Zakarya, num corte que começou a ser feito com a perna mas onde a bola foi depois ao braço.

O Benfica nunca abdicou daquele futebol tricotado no último terço, até por ter intérpretes capazes de decidir bem e combinar em curtos espaços de terreno, mas abusou da tendência de explorar o corredor central sem dar a largura que o jogo tantas vezes pedia, fosse pelo aproveitamento das subidas dos laterais, fosse para tirar unidades defensivas da muralha do Belenenses SAD das zonas de finalização. Assim, o nulo acabou por ser o desfecho previsível ao intervalo, com a particularidade de  ter havido apenas um remate enquadrado com a baliza e por André Santos… logo no primeiro minuto de jogo.

No segundo tempo, o Benfica entrou melhor. Com uma circulação mais rápida, com maior agressividade sobre o portador da bola, com outra capacidade para cortar linhas de passe na saída de bola do Belenenses SAD. Os encarnados conseguiram colocar os adversários num beco sem saída e aproveitaram a qualidade individual de Jonas para conseguirem inaugurar o marcador naquele que foi o primeiro remate enquadrado: cruzamento largo de André Almeida (o jogador com mais assistências de bola corrida no Campeonato), grande domínio do brasileiro e remate colocado sem hipóteses para Muriel, num golo com a dedicatória especial para Bruno Lage (55′). Ato contínuo, os visitados mantiveram a pressão territorial – com Florentino a somar quase tantas ações defensivas como a restante equipa – e aumentaram mesmo a vantagem, com Samaris a rematar forte numa segunda bola à entrada da área antes de um desvio em Nuno Coelho que puxou a bola ao poste e confirmou o 2-0 (63′).

Tudo parecia apontar para um final de noite tranquilo, pensando até em alguma gestão tendo em conta os próximos dois jogos para a Liga Europa (Dínamo Zagreb, quinta-feira) e para o Campeonato (Moreirense, domingo); no entanto, e com muita culpa própria, bastaram três minutos para que tudo voltasse à estaca zero no resultado: Vlachodimos acreditou em demasia no golpe de vista após um livre lateral batido por Diogo Viana na esquerda, o arco que a bola fez depois de bater no relvado na zona morta entre guarda-redes e linha defensiva foi na direção da baliza e o grego já não conseguiu corrigir o erro (68′); pouco depois, Rúben Dias facilitou num atraso para o helénico com Kikas a pressionar por perto, deixou a bola demasiado curta e o jovem avançado ex-Benfica de Castelo Branco, que tem estado em destaque nos últimos jogos, fez o empate (70′).

Bruno Lage ainda tentou mudar. Zivkovic entrou para o lugar de Samaris, passando Pizzi para o corredor central numa zona de construção, Jota ocupou a posição de Rafa para abrir mais na esquerda e combinar com Grimaldo mas a muralha defensiva do Belenenses SAD foi conseguindo controlar quase todas as ações ofensivas dos encarnados, que apenas visaram a baliza com remates ao lado de Jonas (81′) e Jota (88′). E mesmo com a expulsão de Eduardo nos descontos (sendo que podia ter visto o segundo amarelo uns minutos mais cedo), os azuis nunca perderam a coesão e terminaram o encontro com outro dado raro em jogos na Luz: Muriel sofreu dois golos mas não teve de fazer uma única defesa ao longo da partida.

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