Os veículos eléctricos só fazem sentido se a energia que os alimenta for gerada por meios menos (ou nada) poluentes. Gerar energia eléctrica a partir de carvão é um erro que, no limite, pode retirar a poluição do centro das cidades, mas nada faz em relação à emissões globais.

Vem isto a propósito do facto de não bastar que os fabricantes produzam os seus veículos eléctricos a baterias, ou a células de combustível a hidrogénio, para reduzir as emissões de CO2, NOx e partículas, além de enxofre e muitos outros elementos perniciosos. É necessário igualmente que os países passem a produzir a energia de que necessitam para alimentar a indústria, as empresas e as residências com fontes menos (ou, idealmente, nada) poluentes.

Sem energia gerada de forma renovável, ou hidrogénio produzido sem recurso a derivados de petróleo ou gases ou álcoois contendo carbono, não faz muito sentido continuar a sacrificar fabricantes de automóveis e utilizadores. Daí que o estado de Nova Iorque tenha anunciado que, até final de 2020 vai passar a produzir electricidade sem recorrer ao carvão, sem dúvida a forma mais poluente de gerar energia.

A decisão dos legisladores do estado norte-americano teve origem numa regulamentação, que será efectiva a 8 de Junho, a qual estabelece limites de emissões que tornam impossível o uso de carvão como fonte de energia. E esta batalha contra o carvão não é nova  para o estado nova-iorquino, uma vez que hoje só apenas 1% da electricidade é gerada com recurso a este produto. Ainda assim, é mais um passo rumo à geração de energia com recurso a fontes renováveis, tudo para cortar 40% dos gases com efeito estufa, com origem nos produtores de electricidade, até 2030.

De recordar que Nova Iorque aprovou, recentemente, uma lei que obriga os prédios de maiores dimensões a reduzir as suas emissões de dióxido de carbono em 40%, em 2030, e 80%, em 2050. Esta medida, que envolve a energia despendida em aquecimento e iluminação, é a primeira que envolve uma grande cidade.

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