Joe Berardo admite chamar Vítor Constâncio, o ex-governador do Banco de Portugal, como testemunha no processo que envolve as dívidas que o empresário madeirense contraiu à banca. A informação é avançada pelo Público.

A posição de Berardo surge depois de Constâncio referir que a Caixa Geral de Depósitos “deveria ter tomado decisões antes de as ações terem começado a descer” – o que “não aconteceu”. “Em qualquer momento, a Caixa podia travar o empréstimo, apropriar-se das ações que estavam em penhor e vendê-las”, disse este fim de semana o ex-governador do Banco de Portugal.

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Joe Berardo já tinha defendido esta ideia em maio: durante a comissão parlamentar de inquérito, o empresário também afirmou que a CGD perdeu dinheiro simplesmente porque não executou as ações do BCP.

Refere o ECO que, para além do ex-líder do BdP entre 2000 e 2010, Berardo pode ainda chamar como testemunha outras “personalidades com responsabilidades nos diversos eventos ocorridos em 2007”.

A Caixa registou perdas de centenas de milhões de euros entre 2000 e 2015. E Joe Berardo é um dos maiores devedores: contraiu por intermédio da Fundação José Berardo e da empresa Metalgest créditos de quase 400 milhões de euros à Caixa, em várias operações, entre 2006 e 2007. O dinheiro foi aplicado na compra de ações no BCP. Pouco depois, BES, BCP e Caixa registaram enormes perdas e exigem agora 962 milhões de euros a Berardo.

Em maio, os deputados pediram explicações e levaram Berardo ao Parlamento. O madeirense afirmou que não tinha dívidas e foi ainda mais longe: “Perguntem aos bancos”.

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