“Foi uma decisão puramente minha. Tudo tem o seu tempo e não era a altura ideal para ir. Só tenho a beneficiar em ficar o tempo que for preciso na faculdade. Acho que foi a escolha certa. Tem sido uma experiência muito boa, ajudou-me a evoluir bastante em termos físicos e psicológicos. Estou melhor jogador, mais maduro. Não sinto pressão nenhuma, estou só a seguir o meu caminho. A única pressão que tenho é em ser o melhor que posso a cada dia e acho que consigo lidar com isso”, explicou Neemias Queta em junho. Com 19 anos, o jogador adiou a hipótese de ser o primeiro jogador português na NBA e decidiu ficar mais um ano nos Utah State Aggies em vez de se declarar elegível no draft. Por agora é um sonho, a breve prazo deverá ser uma realidade.

Na universidade ou na NBA, Neemias teve o condão de mostrar que existe um futuro no basquetebol nacional. Mas nem tudo se resume a Neemias, como se viu ao longo da semana na Divisão B do Campeonato da Europa Sub-20: Portugal fez história ao subir pela primeira vez à Divisão A após garantir a final da competição e chegou ao jogo de todas as decisões com um percurso imaculado de seis vitórias entre fase de grupos e a eliminar. Sem Neemias, lesionado no joelho esquerdo, mas com outros nomes promissores como Rafael Lisboa (filho de Carlos Lisboa), Rui Palhares ou Vladyslav Voytso. A Rep. Checa era a última etapa antes da vitória final, perante um Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos de novo com casa cheia.

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Depois dos quatro triunfos na fase de grupos frente a Bélgica (81-53), Eslováquia (76-61), Macedónia (73-39) e Luxemburgo (86-44), o conjunto comandado por André Martins qualificou-se para a meia-final com uma vitória frente à Geórgia (96-85) e assegurou a subida e o jogo decisivo diante da Rússia (76-69). Estava escrita uma página histórica, estava por escrever um final de ouro numa aventura que promete marcar os próximos anos do plano nacional. E nem a lesão do jogador que vive e estuda nos Estados Unidos, que enfraquecia o jogo interior de Portugal, colocava em causa essa ambição de cumprir o pleno.

Depois de uma entrada mais forte no jogo, a Seleção Nacional teve uma entrada melhor em campo mas os checos reagiram bem e conseguiram pela primeira vez passar para a frente do marcador com 12-11, fechando o primeiro período com quatro pontos de vantagem (18-14). As percentagens de lançamento nunca foram propriamente famosas mas o aumento da agressividade defensiva deu frutos e Portugal saltou para a liderança com 21-20, aumentando depois o fosso para vantagens de seis/sete pontos que acabaram com quatro ao intervalo (34-30) de um jogo muito disputado mas nem sempre bem jogado e com Rafael Lisboa, a lançar ou a assistir, como principal protagonista de uma equipa que tinha ainda Amarante e Palhares como destaques.

No segundo tempo, a tendência equilibrada e com momentos de vantagem diferenciados entre os dois conjuntos terminou e Portugal assumiu em definitivo o jogo com uma defesa quase intransponível e um Lisboa a marcar de dois e três pontos sem fim, chegando a ter uma vantagem acima dos 20 pontos a quatro minutos do final do terceiro período (54-32) perante uma Rep. Checa sem soluções ofensivas para tentar colar-se de novo na luta pelo resultado. Após um parcial de 27-11, os últimos dez minutos chegavam já com uma confortável vantagem de 61-41, que foi confirmada no final para um fecho com chave de ouro de uma página histórica por 73-59. E com direito a hino nacional nas bancadas ao longo do último minuto do encontro.

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