O Huawei Mate 20 X 5G é, atualmente, o smartphone topo de gama da empresa chinesa. Além de ser o equipamento da marca com as melhores especificações, é também dos primeiros telemóveis do mundo que pode aceder à rede 5G, que ainda não está disponível em Portugal. Apesar de ainda não haver rede, a empresa vai vender a partir deste sábado, 3 de agosto, o equipamento nas suas lojas. Preço? 1.100 euros.

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Em declarações aos jornalistas durante o anúncio do centro de suporte da Huawei no Parque das Nações que vai abrir em setembro, como noticiou o Sapo Tek, Tiago Flores, responsável pela área de consumo da Huawei Portugal, afirmou que lançar um equipamento 5G num país sem redes 5G “é uma prova de inovação”. Em comunicado, Daniel Beato, diretor de Marketing particulares da NOS, este lançamento é “um passo decisivo no caminho para o 5G”. Contudo, a operadora salienta que o equipamento “funciona, naturalmente, na atual rede 4G”.

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O Huawei Mate 20 X 5G tem um ecrã OLED de 7,2 polegadas, um processador Kirin 980, memória RAM de 8GB, armazenamento de 256GB, câmara traseira tripla 40MP+8MP+20MP e câmara frontal de 24MP. Resumidamente, é uma versão do Huawei Mate 20 lançado em 2018, que foi amplamente elogiado pela crítica, melhorada.

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Apesar de Portugal ainda não ter disponibilizado a rede 5G, há expectativa de que num futuro próximo apareçam as primeiras redes. Em junho, a ANACOM, a autoridade reguladora das telecomunicações, explicava que: “A Comissão Europeia tem o objetivo de ter uma cidade em cada estado membro coberta com 5G até 2020”.

A grande crítica que tem sido apontada a Portugal, principalmente pelas operadoras e fornecedores de equipamentos, é semelhante à de outros países: “Falta libertar a faixa”. Este tema é dos mais técnicos quanto ao 5G. Para estas rede funcionarem, precisam de utilizar a faixa decidida para o 5G na Europa: a de 700 mega-hertz. Atualmente em Portugal essa é a mesma faixa que está a ser utilizada pela televisão digital terrestre (TDT), o que vai implicar “uma migração”, explicou a Anacom.

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A Huawei, que lança em parceria o telemóvel com a NOS, tem estado no centro do conflito económico entre a China e os Estados Unidos da América. Depois de um decreto executivo dos EUA a proibir negócios com a Huawei, emitido no final de maio e que pôs a empresa numa lista negra, a desconfiança teve um forte impacto internacional na percepção do público da empresa.

O embargo foi entretanto levantado após o encontro do G20, no Japão, entre os presidentes Donald Trump, pelos EUA, e Xi Jiping, da China, com norte-americanos e chineses de volta à mesa de negociações para tentarem pôr um fim à guerra comercial. Contudo, estas conversas ainda estão num impasse.

Em relação a Portugal, à semelhança daquilo que têm feito com outros países, os norte-americanos alertaram para os perigos de a Huawei poder estar a utilizar a tecnologia que vende — de infraestruturas de rede e outros produtos — como método de espionagem a favor do governo chinês. A Huawei tem, reiteradamente, negado essas acusações.

As infraestruturas de rede 5G são a próxima tecnologia de redes que vão substituir o 4G. As novas antenas que utilizam esta tecnologia permitem conectar mais aparelhos ao mesmo tempo à rede, permitindo ainda velocidades mais rápida de acesso a dados móveis. Outras empresas, como a Samsung, já estão também a vender equipamentos que permitem aceder a estas novas redes, mas apenas em países em que o 5G já foi lançado.