A ex-dirigente comunista Zita Seabra, que até há poucos meses era militante do PSD, deixou os sociais-democratas para os trocar pela recém-criada Iniciativa Liberal, noticia este sábado o semanário Expresso. Será mandatária nacional da candidatura do partido, que pela primeira vez se apresenta a eleições nas legislativas de 6 de outubro.

Zita Seabra diz àquele jornal que acredita que “os caminhos para refazer a direita em Portugal” — que considera estar “numa situação moribunda” — passa “por uma direita que não tenha medo de ser de direita e liberal”.

A antiga deputada comunista, que chegou a fazer parte do Comité Central do PCP, diz-se “vacinada contra o socia­lismo” e critica a atual solução de Governo, considerando que “resulta de uma coligação de ideologias que foram derrotadas no século XX“.

“É um modelo tóxico, que procura em cada momento inventar uma maneira mais eficaz de aumentar impostos e interferir mais na vida das pessoas”, afirma Zita Seabra ao Expresso.

A Iniciativa Liberal, considera, é “uma nova geração, que já não tem como paradigma ser funcionário público e ter um emprego para a vida” e que “quer um Estado menos interventivo mas eficaz, que devolva aos contribuintes os seus impostos e a sua liberdade”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Hoje temos um país estagnado e embrulhado numa teia de interesses que se estende a todos os grandes partidos. Nestas circunstâncias, acredito que a vontade de mudança que o país precisa está nas pessoas da Iniciativa Liberal, pessoas que vêm de fora da política, com ideias novas”, disse Zita Seabra, citada num comunicado do partido.

“Quando o país sofria com o Estado Novo, foi no PCP que encontrei a vontade para mudar. Quando ficou claro que esse era um modelo falhado e precisávamos de um país moderno e europeu, foi no PSD que encontrei esse ímpeto de mudança”, refere Zita Seabra.

O presidente da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, considera que Zita Seabra, uma das mais célebres dissidentes do PCP, “representa a evolução de que o país precisa“.

“Durante o Estado Novo, esteve do lado dos que lutavam pela liberdade. Depois, esteve do lado dos que lutavam por um Portugal europeu. Agora, está do lado dos que lutam pelo liberalismo”, disse o líder do partido ao Expresso.