Depois de ter trocado o Chelsea pela Juventus apenas um ano após ter deixado o Nápoles para a primeira aventura numa liga estrangeira (onde ganhou a Liga Europa), Maurizio Sarri acabou por ver a estreia no banco dos campeões italianos adiada devido a uma pneumonia que o afastou dos dois triunfos iniciais com Parma e Nápoles. Por destino, esse encontro inicial acabou por ser este sábado, em Florença, contra a Fiorentina – o clube que levou mesmo a mãe ameaçar deixar de lhe falar…

No verão, após receber o convite da Vecchia Signora, Sarri ligou à progenitora para dizer que ia aceitar o convite para regressar a Itália e assumir um projeto que tem como principal objetivo alcançar a glória na Liga dos Campeões. Reação normal? “Que bom”, “Que orgulho”, “Que grande notícia”. Resposta da mãe do técnico? “Não te volto a falar mais”. E tudo porque toda a família do treinador torce de forma fervorosa pela Fiorentina, o que levou mesmo o técnico dos viola, Vincenzo Montella, a brincar um pouco com a situação e a convidar a fã do clube para assistir ao jogo no Artemio Franchi.

Por quem estaria a torcer esta tarde, ficou sem se saber. Mas que a Juventus parecia embruxada nesta deslocação a Florença, isso ninguém teve dúvidas: depois de perder Douglas Costa logo nos primeiros minutos de jogo por uma lesão muscular (entrou aos sete minutos Bernardeschi), também Pjanic teve de sair com problemas físicos no decorrer da primeira parte (sendo substituído por Betancur) e o conjunto de Sarri, que teve Ronaldo apagado e com um livre direto a ficar na barreira, chegou ao intervalo com a Fiorentina muito melhor e a ter algumas oportunidades bem travadas por Szczesny.

Antes do encontro, o técnico da Juve tinha voltado a referir que Cristiano Ronaldo tinha “carta branca” em termos de mobilidade na frente de ataque entre a esquerda e o corredor central para tentar fazer a diferença. O mesmo técnico que, numa das primeiras conversas com o avançado, terá pedido 40 golos ao português para a temporada de 2019/20. Faz sentido? Para um jogador como o número 7, assim; a jogar desta forma, nem por isso. Porque além do constante recurso ao futebol direto, os campeões tiveram demasiadas dificuldades do meio-campo para a frente. Sem criatividade, sem jogo pelas laterais, sem uma ideia de jogo.

O segundo tempo chegava com essa ideia de haver muito ou quase tudo para melhorar mas a teoria nunca passou para a prática e, além de serem os visitados a comandarem as operações com um maior número de aproximações com perigo à baliza contrária, nomes como Dybala, Ramsey ou Rabiot acabaram por não sair do banco por Danilo acusou problemas musculares e teve mesmo de sair rendido por Cuadrado, que assistiu pouco depois Ronaldo para um remate fraco e à figura de Dragowski.

Com este resultado, a Juventus perdeu (de forma justa) os primeiros pontos na Serie A e corre o risco de ficar também sem a liderança do Campeonato, caso o Inter vença esta noite a Udinese em San Siro.

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