Uma sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) ficou marcada nesta quarta-feira por uma cena de empurrões entre os deputados, sendo que um deles chegou a ser mordido.

Segundo o Estado de São Paulo, o deputado do Movimento Brasil Livre (MBL), Arthur do Val, começou a insultar os sindicalistas que estavam na galeria, chamando-os várias vezes de “vagabundo” e “bando de vagabundo”.

“Quero ver me encarar, ô líder sindical. Eu quero pegar você. Eu quero pegar você, que toma o dinheiro dos trabalhadores. Bando de vagabundo”, afirmou o deputado, que também é empresário e YouTuber, na sessão em que se discutia a reforma da Segurança Social.

O presidente da Alesp, Cauê Macris, interrompeu por várias vezes a sessão e alertou o deputado de que não podia usar estas palavras, mas de nada serviu. Arthur do Val continuou com o seu o discurso exaltado, até que vários deputados de diferentes partidos, nomeadamente do Partido dos Trabalhadores (PT) e do PSOL, invadiram a tribuna.

Pelas imagens, vê-se Arthur do Val a levantar os punhos e os deputados a empurrarem-se uns aos outros. Teonílio Barba, do PT, subiu à tribuna, mas garante que nunca teve como objetivo agredir o deputado. “Eu não subi para agredir o deputado, ele que ergueu os punhos”, explicou.

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“O deputado subiu só para provocar a plateia, não discutiu o tema e passou o tempo todo ofendendo as pessoas, chamando de vagabundo, dizendo que a plateia foi paga para estar ali. Chega um momento em que tem limite”, acrescentou Barba.

Na invasão à tribuna, o deputado Henri Ozi Cukier saiu em defesa de Arthur do Val e acabou por ser empurrado e mordido pelo deputado do PT Luiz Fernando Ferreira.

“Entendi que ele perdeu totalmente a cabeça ali. Ele queria passar por cima de mim para chegar no Arthur e começou a me morder. E aí eu vim abaixo para tentar soltar a mordida dele do meu ombro”, disse Cukier em declarações ao Estado de São Paulo.

Arthur do Val ainda explicou que as suas afirmações na tribuna foram em defesa de uma colega. “O contexto é o seguinte: o Enio Tatto subiu na tribuna e falou que a Janaína Paschoal sentou no colo do governador João Doria, o que é [uma afirmação] inadmissível”, adiantou ao mesmo jornal.

“Chamei de bando de vagabundo, sim. É um bando de vagabundo mesmo. Não todos os servidores, só aqueles que estão aqui aplaudindo quem ofendeu a deputada Janaina”, acrescentou ao Folha de São Paulo.

A situação será analisada pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo. “As cenas registradas hoje não condizem com a história da Assembleia Legislativa de São Paulo. O momento exige serenidade e responsabilidade, sem radicalização”