Já se sabia que o guitarrista John Frusciante tinha voltado aos Red Hot Chili Peppers — banda da qual saiu em 2009 — e já se sabia que a banda de Anthony Kiedis, Flea e Chad Smith andava a tentar escrever canções para um álbum novo, sucessor de The Getaway, editado em 2016. O que não se sabia, como nota o site noticioso Consequence of Sound, é se o em simultâneo antigo e novo guitarrista dos Red Hot Chili Peppers iria estar envolvido na gravações dos temas (em que fase estariam eles?) ou se o regresso à banda seria, por ora, apenas para concertos.

Agora já se sabe: numa entrevista que deu à revista Rolling Stone a propósito de uma exposição de arte que terá em nome próprio, o baterista Chad Smith afirmou: “Foram-me dadas ordens claras para esta entrevista: não fales sobre a banda. Mas sim, o John está de volta e toda a gente o sabe. Estamos muito entusiasmados. Para já os únicos concertos marcados são os de festivais. Por agora estamos a concentrar-nos em canções novas e em compor um disco novo. Estamos todos verdadeiramente entusiasmados por estarmos a fazer música nova“.

O quarteto que agora está novamente reunido gravou alguns dos mais importantes álbuns da história dos Red Hot Chili Peppers, como ‘Blood Sugar Sex Magik’ e ‘Californication’ (@ Michel Linssen/Redferns)

Formada em 1983, a banda que começou com o nome Tony Flow and the Miraculously Majestic Masters of Mayhem teve como membros fundadores o vocalista Anthony Kiedis, o baixista Flea o guitarrista Hillel Slovak — que teve uma morte trágica em 1988, com uma overdose de heroína, quando ainda fazia parte da banda — e o baterista Jack Irons.

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O período de maior popularidade do grupo começou no final dos anos 1980 mas intensificou-se sobretudo nos anos 1990, devido ao impacto de discos como Mother’s Milk, de 1989, e sobretudo Blood Sugar Sex Magik, de 1991 — que incluía canções como “Give It Away” e “Suck My Kiss” — e Californication, de 1999.

Estes dois últimos álbuns, para muitos os mais importantes na carreira dos Red Hot Chili Peppers — Blood Sugar Sex Magik é considerado por muitos o melhor álbum da banda e teve uma aclamação ímpar junto da crítica e fãs acérrimos, Californication teve um enorme sucesso comercial e impacto na cultura pop —, foram já gravados pelo quarteto que agora compõe novamente os Red Hot Chili Peppers.

Anthony Kiedis e John Frusciante em palco (@ Bob King/Redferns)

Os anos 2000 trouxeram outros discos gravados pela banda enquanto quarteto composto por Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith. Um deles foi By The Way, o oitavo álbum de estúdio da banda e um trabalho no qual o guitarrista John Frusciante teve especial importância e notoriedade. Outro foi Stadium Arcadium, o sucessor de By the Way, editado em 2006 e considerado ainda parte integrante da fase áurea do grupo de funk-rock.

De 2009 em diante, John Frusciante, que era já o terceiro guitarrista na banda depois da morte de Hillel Slovak e da saída de Jack Sherman, foi substituído por Josh Klinghoffer, que gravou com os Red Hot Chili Peppers discos como I’m with You (2011) e The Getaway (2016). A saída de Klinghoffer foi anunciada em 2019, assim como o regresso de John Frusciante.

Para já, a banda tem oito atuações agendadas em 2020. Em maio haverá concertos nos Estados Unidos da América (há espetáculos marcados em Gulf Shores, no estado do Alabama; em Napa Valley, no estado da Califórnia; e em Boston, Massachusetts. No verão, contudo, há já atuações agendadas na Europa: em Atenas (5 de junho), Florença (13 de junho), Landgraaf (19 de junho) e Lyon (20 de junho).

Flea (à esquerda) e John Frusciante (à direita), uma dupla decisiva na criação do rock-gingão dos Red Hot Chili Peppers (@ Peter Pakvis/Redferns)

A última vez que os Red Hot Chili Peppers atuaram em Portugal foi em 2017, no festival Super Bock Super Rock, ainda sem o agora regressado John Frusciante. Antes, houve concertos em 2006 (Rock in Rio), 2003 (Pavilhão Atlântico, hoje Altice Arena, em dois dias consecutivos) e 1999 (também no então Pavilhão Atlântico).