A Polícia Judiciária acredita que o hacker português Rui Pinto foi o denunciante por detrás da fuga de informação do processo Luanda Leaks, avançou este sábado o jornal Público. Mais de 715 mil ficheiros foram partilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, através de uma plataforma de proteção de denunciantes em África, a PPLAAF. Mas muitos dos documentos que têm sido divulgados fazem parte do processo em julgamento Football Leaks (que acusa Rui Pinto de 90 crimes), assim como de outros inquéritos em investigação.

O diário conta que alguns dos documentos divulgados se encontravam guardados em dispositivos de armazenamento de dados, como discos rígidos ou pens, e que foram apreendidos na Hungria. Muita da informação está, porém, ainda inacessível, dado que muito dos discos rígidos estavam encriptados com um software dificilmente descodificável.

Além disso, segundo a PJ, um dos fundadores da PPLAAF é William Bourdon, um dos advogados de Rui Pinto, que também já representou Edward Snowden e Julian Assange.  Ao Público, um dos co-fundadores da PPLAAF, Henri Thulliez, já tinha revelado que a plataforma recebeu os documentos do Luanda Leaks “em finais de 2018, inícios de 2019”, ou seja, quando Rui Pinto ainda estava em liberdade. O hacker foi detido em meados de janeiro de 2019.

Em entrevista à rádio RFI Afrique, Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, acusa Rui Pinto de ser “o braço armado deste complô [Luanda Leaks]”.

Rui Pinto está em prisão preventiva desde março do ano passado. Vai a julgamento por 90 crimes no âmbito do Football Leaks, entre os quais de tentativa de extorsão, acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência e sabotagem informática.

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