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Rafa, o futuro presidente que nem precisou de congresso para ser eleito (a crónica do P. Ferreira-Benfica)

Este artigo tem mais de 4 anos

Num fim de semana marcado por um congresso que elegeu um líder, Rafa nem disso precisou para ganhar por maioria absoluta. Marcou, assistiu e foi dos melhores do Benfica na vitória em Paços de Ferreira

O internacional português leva agora três golos em dois jogos
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O internacional português leva agora três golos em dois jogos

AFP via Getty Images

O internacional português leva agora três golos em dois jogos

AFP via Getty Images

Na última semana, o Benfica acabou por fugir à atualidade desportiva devido à emergência da Taça da Liga onde os encarnados já não estavam. Depois da vitória em Alvalade, no final da semana passada, o Benfica caiu numa espécie de fosso informativo, entre a meia-final em que os leões foram eliminados, a outra meia-final em que o V. Guimarães quase surpreendeu o FC Porto e a final em que Ricardo Horta conquistou o troféu para o Sp. Braga. Este domingo, na ressaca dessa mesma Taça da Liga, o Benfica regressava: e regressava com uma novidade no onze que tinha sido um dos destaques da antevisão de Bruno Lage.

Rafa voltou à competição a meio do mês, para cumprir uns minutos no final do jogo com o Rio Ave, e foi o herói improvável em Alvalade, contra o Sporting, onde marcou os dois golos da vitória encarnada depois de entrar já na reta final da partida. Ao terceiro dia, como diz a profecia, ou ao terceiro jogo, Rafa voltava finalmente ao onze titular do Benfica contra o P. Ferreira — na mesma semana em que os jornais desportivos deram conta de vários clubes espanhóis e ingleses interessados em contratar o avançado português ainda durante o mercado de inverno. E na antevisão, numa frase que acabou por abrir a porta precisamente à titularidade que acabou por se confirmar, Bruno Lage revelou aquele que será o sonho de Rafa para dispersar os rumores de uma eventual saída.

Ficha de jogo

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P. Ferreira-Benfica, 0-2

18.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

P. Ferreira: Ricardo Ribeiro, Jorge Silva (Uilton, 79′), Baixinho, André Micael, Oleg, Eustáquio, Diaby (João Amaral, 68′), Hélder Ferreira, Pedrinho, Adriano Castanheira (Murilo, 68′), Douglas Tanque

Suplentes não utilizados: Bertelli, Bruno Teles, Vasco Rocha, Marcelo

Treinador: Pepa

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi (Taarabt, 76′), Weigl, Gabriel, Cervi, Vinícius (Seferovic, 80′), Rafa (Jota, 89′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Jardel, Tomás Tavares, Chiquinho

Treinador: Bruno Lage

Golos: Rafa (39′), Carlos Vinícius (47′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Douglas Tanque (25′), André Micael (38′), Weigl (40′), Jorge Silva (71′), a Rafa (89′)

“O Rafa? O que acho e sinto, até pelo que ele já me disse, é que o sonho dele é ser presidente do Benfica. Está tudo dito sobre isso”, atirou o treinador encarnado. Candidaturas à parte, o Benfica visitava este domingo o P. Ferreira de Pepa, que está no primeiro lugar logo acima da zona de despromoção e não vencia há três jogos, e tinha como objetivo não só manter a já considerável vantagem para o FC Porto como também prolongar o registo de vitórias consecutivas fora de casa, que à entrada para esta jornada ia nas 17. Para isso, porém, era preciso ser mais regular, mais criterioso e mais incisivo: adjetivos que acabaram por escassear nos últimos três jogos, contra Desp. Aves, Rio Ave e Sporting, apesar das vitórias encarnadas.

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Além da opção inicial por Rafa, que acabava por empurrar Chiquinho para o banco de suplentes, Bruno Lage voltava a dar um voto de confiança à dupla formada por Weigl e Gabriel no meio-campo, em detrimento de Taarabt, e mantinha a titularidade de Cervi, para além de apostar novamente em Carlos Vinícius na frente de ataque. Do outro lado, Pepa lançava no onze inicial dois reforços de inverno, o médio Stephen Eustáquio e o avançado Adriano Castanheira, enquanto que os outros dois jogadores que chegaram à Capital do Móvel já durante este mês de inverno começavam no banco, o ex-Sporting Marcelo e João Amaral.

Os primeiros minutos de jogo mostraram desde logo que o P. Ferreira não iria atuar demasiado recuado, com as linhas muito juntas e à espera daquilo que o Benfica fosse eventualmente fazer. A equipa de Pepa apareceu estendida no relvado, a pressionar a primeira linha de construção encarnada e a surgir nas imediações na grande área de Vlachodimos. Esclarecidos na hora de conduzir o ataque, tanto Stephen Eustáquio como Diaby ligavam o setor mais recuado da equipa ao mais adiantado: nos minutos iniciais do jogo, mesmo sem beneficiar de oportunidades de golo, o P. Ferreira conseguiu entrar no último terço do Benfica várias vezes e deixava claro que não iria colocar qualquer tipo de veículo à frente da baliza de Ricardo Ribeiro.

Ricardo Ribeiro, guarda-redes do P. Ferreira, que começou a ter algum protagonismo a partir dos 10 minutos de jogo. Grimaldo bateu um livre direto e o guardião pacense afastou para canto; na jogada seguinte, batido o canto na esquerda, Carlos Vinícius desviou ao primeiro poste e acertou em cheio na trave (10′), naquele que foi o primeiro calafrio sério na equipa de Pepa. Face às linhas adiantadas do P. Ferreira, o Benfica não estava a pressionar alto nem de forma intensa quando não tinha a bola, preferindo deixar o adversário ter alguma posse e tentar avançar para jogar precisamente no erro e em contra-ataque. Os encarnados encontravam soluções principalmente na faixa central, com Weigl a ocupar uma posição mais recuada do meio-campo e a servir como pêndulo que equilibrava a linha intermédia e permitia a Gabriel ter mais mobilidade e aparecer ou mais perto de Rafa ou mais junto às alas. Era Rafa, precisamente, que pegava na bola mais junto ao meio-campo para depois levar o jogo para a frente, solicitando ou Vinícius nas costas da defesa ou Cervi e Pizzi nos corredores.

Manuel Oliveira anulou um golo de Pizzi, que encostou ao segundo poste depois de um passe de Vinícius (18′) — o avançado estava fora de jogo quando recebeu a bola –, e o Benfica conseguia criar perigo junto da baliza de Ricardo Ribeiro praticamente em todas as ocasiões em que tinha a bola. Do outro lado, apesar da constante superior posse de bola, o P. Ferreira não conseguia transformar esse ligeiro ascendente posicional em oportunidades e só teve num remate de Stephen Eustáquio, afastado por Vlachodimos (24′), algo parecido com uma ocasião de golo. O resultado manteve-se nulo até já perto do intervalo, quando o Benfica conseguiu finalmente concretizar um dos vários lances que construiu durante a primeira parte: numa transição rápida, à semelhança daquilo que tinha sido todo o primeiro tempo encarnado, Rafa recebeu um grande passe de Rúben Dias, tirou um adversário da frente com um bom pormenor já dentro da grande área e atirou em força para abrir o marcador (39′). Foi o terceiro golo em dois jogos para o internacional português, que parece ter voltado na máxima força depois da ausência prolongada por lesão.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do P. Ferreira-Benfica:]

Na segunda parte, o Benfica só precisou de dois minutos para colocar novamente em prática aquela que estava a ser a estratégia para o jogo. Depois de um canto a favor dos encarnados que Ricardo Ribeiro esvaziou, o P. Ferreira tentou lançar o ataque de forma rápida mas acabou por perder a bola já no meio-campo adversário. A defensiva da equipa de Bruno Lage colocou de imediato no ataque, onde Rafa recebeu no corredor direito e conduziu em velocidade: à chegada à grande área, cruzou a rasgar toda a defesa e Carlos Vinícius só precisou de encostar ao segundo poste (47′), naquele que foi o 16.º golo do avançado esta temporada.

A partida jogou-se maioritariamente sem balizas durante a segunda parte. O P. Ferreira voltou do intervalo mais permissivo e a deixar livres e soltos mais espaços entrelinhas, deixando Rafa e Carlos Vinícius com demasiada liberdade. Ainda assim, o Benfica quebrou em intensidade e fluxo ofensivo desde que aumentou a vantagem, não explorando com enorme acutilância essa profundidade que os pacenses estavam a permitir. A equipa de Pepa foi tendo constantemente mais posse de bola, como tinha acontecido na primeira parte, mas era sempre uma posse de bola inofensiva e que normalmente se gorava antes de chegar ao último terço adversário. Vlachodimos ainda segurou um remate de Douglas Tanque na sequência de um canto (51′), assim como Vinícius voltou a marcar mas viu o golo anulado por fora de jogo (54′), mas a partir da hora de jogo a partida foi caindo progressivamente em interesse e qualidade.

Pepa fez all in com as três substituições, lançando Murilo, João Amaral e Zé Uilton, e Bruno Lage respondeu com as entradas de Taarabt e Seferovic. O treinador encarnado fortificou o meio-campo com o marroquino mas era Gabriel, com mais de 30 passes certos e mais de uma dezena de recuperações de bola, que mantinha unida a equipa numa fase de maior indefinição. Seferovic ainda teve uma enorme oportunidade para fazer o terceiro golo do jogo, depois de um passe rasteiro na esquerda, mas acabou por falhar de baliza aberta (86′) e o resultado não voltou a alterar-se.

O Benfica não precisou de acelerar muito para conseguir mais uma vitória, a 18.ª consecutiva longe da Luz, e garantiu que vai ficar pelo menos a sete pontos do FC Porto no final da jornada. Rafa, que voltou a ser titular pela primeira vez desde outubro, marcou, assistiu e foi um dos melhores elementos da equipa de Bruno Lage. Num fim de semana em que a atualidade nacional ficou muito marcada por um congresso político onde um líder foi eleito, Rafa, o presidente do futuro, nem sequer precisou de congresso para ganhar por maioria absoluta.

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