No ano passado foi batido um novo recorde de concessão de nacionalidade portuguesa, com o número de pedidos concedidos (180 mil) a mais do que dobrar o número de nascimentos em Portugal (81 mil) nesse mesmo ano.

Os números são do Ministério da Justiça e apresentados na edição desta segunda-feira do Jornal de Notícias (ainda só disponível na edição impressa), mostram que houve uma subida muito significativa deste dado imediatamente a seguir de ter sido aprovada no Parlamento, pela esquerda, uma nova lei da nacionalidade. Em abril de 2018, a Assembleia da República aprovou alterações a esta lei que  vieram alargar o acesso à nacionalidade originária e à naturalização às pessoas nascidas em território nacional, caso um dos pais residisse no país há dois anos.

Esquerda e PAN aprovam alterações à lei da nacionalidade

Assim, em comparação com 2017, há hoje mais 50 mil estrangeiros que viram aceite o pedido para obterem a nacionalidade portuguesa. Já em 2018, este número tinha ascendido aos mais de 174 mil.

O maior número de nacionalizações concedidas foi a cidadãos brasileiros. Caboverdianos e ucranianos são as duas nacionalidades que se seguem neste ranking divulgado pelo jornal. Israel aparece pela primeira vez entre os cinco países com mais cidadãos a terem nacionalidade portuguesa concedida, facto que o jornal justifica com a alteração legislativa de 2013 que permitiu aos judeus sefarditas, expulsos de Portugal nos séculos XV e XVI, que pudessem pedir a nacionalidade portuguesa. Esta alteração esteve em vias de ter um revés recentemente, com o PS a equacionar uma alteração para que os descendentes de judeus sefarditas tivessem de residir dois anos em Portugal para obter nacionalidade portuguesa. Mas a ideia foi criticada por históricos socialistas e acabou por recuar.

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