Um Banco Alimentar e uma associação de jornalistas lançaram campanhas para ajudar a Cáritas Macau, no âmbito da resposta ao impacto económico causado pela pandemia de Covid-19, com a próxima ação agendada para sábado e domingo.

O Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau (GELMac), a Casa de Portugal e a Escola Portuguesa de Macau organizam sexta e sábado um Banco Alimentar que vai reverter na íntegra para a Cáritas Macau. Os bens recolhidos serão distribuídos depois por famílias locais carenciadas e trabalhadores em Macau com o estatuto de não-residentes, afetados pela atual situação de pandemia.

A entrega dos alimentos poderá ser feita nas sedes destas três entidades entre as 09:00 e as 18:00, na Casa de Portugal, nos dois dias da ação, na EPM no primeiro, e na GELMac no segundo. A iniciativa segue-se à campanha de angariação de fundos lançada na semana passada pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM).

A ideia é “adquirir bens alimentares para serem entregues à Cáritas Macau com o objetivo de auxiliar esta ONG [organização não-governamental] no apoio a cidadãos (residentes e não-residentes) que se encontram em grandes dificuldades em virtude da crise provocada pela Covid-19”, indicou a AIPIM em comunicado. “Esta é uma hora de solidariedade e sentimos que é nosso dever dizer presente e dar o nosso contributo”, justificou.

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O donativo pode ser efetuado através da conta do Banco Nacional Ultramarino (BNU) número 9005555136.

No final de maio, o responsável da Cáritas Macau disse à Lusa que a instituição estava a distribuir comida e cheques pelos trabalhadores migrantes no território. A ajuda extraordinária era justificada por Paul Pun com a vulnerabilidade económica sentida por milhares de trabalhadores migrantes em Macau, especialmente afetados pela pandemia da Covid-19.

Desde o início do surto que a instituição de Macau já prestou ajuda a mais de 1.300 de trabalhadores sem estatuto de residentes, “que perderam o emprego, que estão a sentir sérios problemas para pagar a renda, que estão a esgotar ou já gastaram todas as pequenas poupanças”, explicou então o secretário-geral.

O apoio está a ser garantido com a distribuição de alimentos e, nos casos de maior necessidade, com montantes entre as mil e as 1.500 patacas (114 a 170 euros). Os trabalhadores estrangeiros não residentes de Macau foram dos primeiros a sentir o impacto económico da pandemia, ao perderem o emprego e ficarem de fora das medidas de apoio do Governo de Macau, direcionadas apenas para os residentes. “A Cáritas não tem recursos para ajudar estas pessoas, mas está a fazer este esforço porque se não fizer, eles não têm mais a quem recorrer”, salientou o secretário-geral da instituição, que presta apoio diário a mais de três mil pessoas que vivem em Macau.

Macau, que não regista novos casos desde 9 de abril, além das medidas de apoio à população e às pequenas e médias empresas, está a apostar no investimento público para revitalizar a economia. Atualmente não existe qualquer caso ativo, depois de duas vagas durante as quais foram identificadas 45 pessoas infetadas.