“Não é bom negócio para ninguém” o processo que levou ao aumento da posição do Estado na TAP, garante Pedro Nuno Santos – nem para o Estado nem para David Neeleman, o acionista que recebeu 55 milhões para sair da companhia aérea. Em entrevista ao Negócios, o ministro das Infraestruturas diz que Neeleman “estava numa negociação que aparentemente estava quase concluída [com a alemã Lufthansa] e ia fazer um encaixe que não tem comparação” – mas isso era antes da pandemia.

“Nós ficamos com 72,5% de uma empresa que caiu muito. Não vale nada. Porque é que pagamos? Porque há um conjunto de direitos e de cláusulas que teriam de ser disputadas”, explicou Pedro Nuno Santos, na entrevista ao Negócios onde recusa comparar aquilo que o empresário David Neeleman investiu, efetivamente, na TAP e aquilo que recebeu para sair.

Não estamos a falar do que foi metido desde o início. Não vamos negociar pagar o que se meteu 10 anos antes, mas o que significa sair nesse momento. Nesta negociação não interessa 2015, mas hoje”, diz Pedro Nuno Santos.

O ministro fala de “alguns momentos da relação [do ainda formalmente acionista] connosco que não foram agradáveis”. Pedro Nuno Santos diz ter sabido do pagamento de prémios pela comunicação social e revela que, já em 2020 mas antes da pandemia, falou com o presidente-executivo, Antonoaldo Neves, que lhe indicou que “os prémios iam ser distribuídos na mesma” (em 2021, relativamente ao exercício de 2020).

Apesar da saída de Neeleman, o ministro diz que “as ligações entre Portugal e os EUA são duas das maiores mais-valias que Neeleman deixou para o futuro da TAP. E diz, também, “esperar bem que sim”, que o acordo seja formalizado esta semana, faltando apenas “formalismos genericamente societários” para que isso aconteça.

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