A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considera que as listas de colocação de docentes conhecida esta sexta-feira revelam uma “aposta crescente na precariedade” e que ficou por cumprir a promessa de mais 2.500 docentes nas escolas.

O Ministério da Educação anunciou que cerca de 28.500 professores foram colocados nas escolas esta sexta-feira, a um mês do arranque do próximo ano letivo.

Cerca de 28.500 docentes colocados nas escolas a um mês do início das aulas

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No concurso de contratação inicial foram colocados mais de 11.100 docentes contratados, dos quais cerca de 7.650 em horários completos. Destes, cerca de 3.700 são renovações de contratos. A Fenprof olha para estes números e vê uma “aposta crescente na precariedade”, já que dos 9.300 docentes que ficaram com horários completos, 7.650 serão com contratos a termo.

Para a Fenprof, a opção por contratar a termo docentes para horários completos revela “a opção do Ministério da Educação de dar resposta a necessidades permanentes das escolas recorrendo à precariedade”.

A federação lembra ainda que as mais de 11 mil contratações resultam de um universo de cerca de 35 mil, “cuja idade média era de 41,3 anos e com um tempo de serviço médio de 7,8 anos”. Pelas contas da estrutura sindical, haverá cerca de 24 mil docentes que vão, “para já, manter-se no desemprego”.

A Fenprof diz ainda que está longe de se conseguir a promessa do ministério de ter mais 2.500 docentes nas escolas no próximo ano para fazer face aos projetos de recuperação de matérias que ficaram por consolidar devido à pandemia de Covid-19, que obrigou à suspensão das aulas presenciais e arranque do ensino à distância. Isto porque aos 2.500 docentes é preciso retirar os 1.511 professores que se aposentaram no passado ano letivo. A Fenprof alerta que “ainda estão por colocar 60% dos docentes prometidos”.