A China apostou nos veículos eléctricos quando os dirigentes (e a população das grandes cidades) se aperceberam que os habitantes nem se conseguiam ver uns aos outros nos arruamentos próximos aos centros das grandes metrópoles, tal eram os níveis de poluição elevados que se faziam sentir. Com um esquema forte de incentivos governamentais, os condutores passaram a preferir os veículos mais amigos do ambiente, com reflexo na qualidade do ar que melhorou consideravelmente. Isto permitiu que os carros a bateria, bem como os híbridos plug-in (PHEV), se tornassem muito populares entre os condutores locais.

Esta foi igualmente a estratégia seguida pela União Europeia, que também adoptou uma política de ajudas governamentais, pelo menos até o preço dos modelos eléctricos se aproximar dos seus rivais com motor de combustão. Com resultados similares aos chineses.

Nos primeiros sete meses do ano, o mercado europeu consumiu 269.000 veículos 100% eléctricos, a que é necessário juntar mais 231.000 unidades de modelos PHEV. A explicação para os elevados valores dos PHEV é fruto, mais uma vez, dos incentivos à compra, pois este tipo de motorização é altamente (e injustamente) beneficiado pela legislação europeia. De outro modo, muito dificilmente a indústria automóvel que opera no Velho Continente cumpriria as normas impostas por Bruxelas, pois os fabricantes nunca atingiriam o limite de 95g de CO2/km apenas com os 100%, durante 2020.

Com mais 14.000 veículos transaccionados do que a China entre Janeiro e Julho, entre eléctricos e PHEV, a Europa impôs-se no preciso momento em que a produção local de modelos a bateria vai começar a acelerar. Entre o Verão de 2020 e o final do próximo ano, o Velho Continente aumentará consideravelmente a oferta de veículos a bateria, o que terá reflexos nas vendas, tanto mais que continua a estar em vigor o sistema de incentivos comerciais.

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