O presidente dos centristas criticou esta quarta-feira as “tentativas públicas para destabilizar” o partido e defendeu que o CDS não é “de barões”, rejeitando as críticas do antigo dirigente e ministro António Pires de Lima.

Questionado pelos jornalistas relativamente às críticas do antigo dirigente, num artigo de opinião no Expresso, Francisco Rodrigues dos Santos insurgiu-se contra as “tentativas públicas para destabilizar” o CDS “a soldo de versões sobre a vida do partido que não têm a mínima adesão à realidade”.

Este partido é dos militantes e é dos portugueses, não é de barões, e eu creio que esta lição já devia ter sido aprendida há muito tempo através desta nova liderança do CDS”, frisou o presidente centrista, em declarações na sede do partido, em Lisboa.

“O CDS, como eu já disse tantas vezes, é uma locomotiva em andamento, e eu prefiro falar das pessoas que estão dentro desta locomotiva do que daquelas que preferiram ficar na estação“, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, destacando aqueles que se juntaram a este “momento importantíssimo para a clarificação do partido”.

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Num artigo de opinião publicado no semanário Expresso, o antigo ministro da Economia António Pires de Lima critica a atual liderança do CDS e dá conta de que deixou o Grupo para a Recuperação Económica e Social de Portugal (GRESP), para o qual foi convidado pelo líder do CDS.

Pires de Lima afirma estar “muito preocupado” com o CDS, que considera reduzido “à dimensão de um homem só”, e diz esperar que “o partido acorde e a direção assuma um estilo de liderança mais plural e uma intervenção menos proclamatória e mais substancial”.

O CDS faz muita falta à democracia portuguesa e não devia acabar assim”, acrescentou.

O GRESP, do qual fazem parte também os antigos dirigentes centristas Luís Nobre Guedes e António Lobo Xavier, entre outras personalidades, foi anunciado em junho e Pires de Lima justifica a sua saída com o facto de o grupo não se ter reunido até agora.

Esta versão é desvalorizada pelo presidente do partido, que afirmou hoje que têm existido reuniões setoriais, desde há dois meses, “em áreas onde o CDS já apresentou propostas”, mas assumiu que “esta é a primeira reunião presencial de todos os elementos do grupo”.