A tempestade pode não ter passado, mas os italianos olham agora com relativa distância para o pico de uma pandemia que, ainda em fevereiro, começou a paralisar o país, em particular a região da Lombardia, no industrial e próspero norte de Itália. Milão não escapou, pelo contrário. Foram semanas de confinamento, de ruas desertas e de vida suspensa que agora dão lugar a um respirar de alívio. Enquanto outros países da Europa se veem tão ou mais ameaçados pela segunda vaga do vírus — caso de França e Espanha –, Itália é agora apontada como caso de sucesso no controlo da Covid-19.
Em qualquer outra parte do mundo, medir o pulso de uma cidade (ou mesmo de uma região) através da moda seria imprudente. Mas falamos de Milão, a capital italiana da moda, e a determinação com que a passerelle se reativou nos últimos dias — apesar das flagrantes limitações no público nos desfiles e da opção por um evento híbrido que promoveu apresentações à distância — denuncia um ritual próprio de uma cidade que se reergue para dar palco a uma das suas grandes artes.
Os desfiles assumiram formatos muito próximos do convencional — vejam-se os eventos da Fendi, Dolce & Gabbana e Valentino, entre outros –, mas também estimularam génios criativos como Jeremy Scott a reinventar o momento que é tão crucial para uma marca de autor como a Moschino. O street style voltou às ruas e com a leveza da era pré-pandemia, a mesma com que a cidade voltou a respirar moda e a ver brilhar os seus maiores nomes.
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