O Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, que esta quarta-feira visitou Bissau, capital da Guiné-Bissau, durante cinco horas, prometeu trabalhar a nível das Nações Unidas para o levantamento das sanções impostas a alguns oficiais militares guineenses.

O chefe de Estado nigerino falava numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, momentos antes de deixar Bissau de regresso a Niamey.

Questionado sobre o que o Níger poderia fazer em relação a um grupo de 11 oficiais militares guineenses sancionados pelas Nações Unidas desde maio de 2012, na sequência de um golpe de Estado por eles protagonizado, Issoufou prometeu ajudar a resolver a situação.

O levantamento das sanções (aos militares) será uma viragem de página no clima de instabilidade dos últimos anos. Enquanto membro não permanente do Conselho de Segurança, o Níger tudo fará para criar as condições para o levantamento dessas sanções”, disse o líder nigerino.

Umaro Sissoco Embaló, por seu lado, afirmou que “vai chatear a cabeça” do seu homólogo sobre esta questão por considerar que os “militares já se comportam de forma republicana”.

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Mahamadou Youssufo, cujo país preside desde setembro ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse ser “desejo ardente” do Níger ver a Guiné-Bissau “normalizada, com paz, segurança e estável, para que possa pensar em se desenvolver”, observou.

Youssufo considerou o “Presidente Embaló um irmão” e este, por sua vez, chamou-o de “um pai”, pelos conselhos sobre a paciência e a sapiência que um líder deve ter, frisou o Presidente guineense, referindo ser um “grande dia para a Guiné-Bissau” por receber a visita de um estadista, um pan-africanista.

“Guiné-Bissau recebeu hoje [quarta-feira] um grande homem de Estado, um pan-africanista engajado. Você é para mim uma referência enquanto líder, um grande homem de Estado”, declarou Sissoco Embaló para quem a visita de Muhammadou Youssufo trará impacto na imagem da Guiné-Bissau.

Umaro Sissoco Embaló comentou algumas situações que o Níger enfrenta, nomeadamente a luta contra o jihadismo e o crime organizado, lamentando serem flagelos mundiais, mas frisou que a Guiné-Bissau ainda não tem aqueles problemas.

“Mas temos outros problemas, por exemplo, o tráfico de droga. É um dos meus combates desde que cheguei ao poder, um combate diário para que a Guiné-Bissau não seja um mercado de droga”, observou Sissoco Embaló.