A Câmara de Vila Real abriu um novo concurso público para a musealização da antiga Central Hidroelétrica do Biel pelo preço base de 1,4 milhões de euros, depois de o primeiro ter ficado deserto, disse esta segunda-feira o presidente.

“Houve um concurso público que ficou deserto. As acessibilidades àquele local são muito difíceis, reformulamos o concurso, reformulamos as prioridades, conseguimos aumentar o financiamento e lançamos um novo concurso”, afirmou Rui Santos.

Vila Real inaugurou no século XIX uma pioneira rede de energia elétrica, pela mão de Emílio Biel. Em 1894, entrou em funcionamento, no rio Corgo, a primeira central hidroelétrica de serviço público do país, alimentando a rede local de distribuição de eletricidade até 1926. Para recuperar o espaço, que se encontra ao abandono e em avançado estado de degradação, a Câmara de Vila Real elaborou um projeto que candidatou a fundos comunitários e que terá ainda a comparticipação de privados. Em abril, a empreitada “Musealização da Central do Biel e da Quinta do Granjo – Fase 1” foi lançada com um preço base de 728 euros.

Perante a inexistência de candidatos, o município reformulou o concurso que passou a ter um preço base de 1,4 milhões de euros. Segundo o anúncio publicado esta segunda-feira em Diário da República, a empreitada tem um prazo de execução de 16 meses e os concorrentes têm um mês para apresentarem as propostas.

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Desta vez lançamos a obra numa única fase. Haverá ainda depois uma segunda complementar, mas já prevemos neste concurso que, por exemplo, o funicular para carga possa passar a funcionar, porque é a única forma que temos de facilitar o acesso para quem vier a ganhar e quiser desenvolver a obra, explicou o presidente da Câmara.

De acordo com a autarquia, a “implementação do projeto passará pela preservação do património existente, fechando o espaço para estancar o processo de degradação, depois de longos anos de abandono”. O projeto compreenderá a construção de um sistema de elevação (vagonetes) e a recuperação de alguns dos mecanismos eletromecânicos originais da Central do Biel e da Fábrica do Granjo.

A Central do Biel é algo que faz parte da nossa história coletiva, é património que devemos salvaguardar e é exatamente isso que estamos a fazer, salientou Rui Santos.

Os trilhos de acesso à central serão também recuperados no âmbito de um projeto complementar, que já está em execução, e que visa o alargamento do parque Corgo para a zona das escarpas, ampliando os percursos naturais e colocando pontes e passadiços.

“Estamos convencidos que, quando tudo isto estiver concretizado, teremos ali uma nova centralidade, um novo polo de atração”, frisou o autarca.