Francisco Sagasti assumiu esta terça-feira a presidência do Peru, sendo o terceiro em sete dias e o quarto nos últimos quatro anos a ocupar o cargo. O novo presidente interino prometeu dar prioridade durante o seu mandato à luta pela transparência na realização das próximas eleições.

Na cerimónia de tomada de posse, começou por prestar homenagem aos jovens que morreram durante os protestos que decorreram no fim de semana e assumiu o compromisso de encontrar os mais de 20 manifestantes que foram dados como desaparecidos.

O engenheiro peruano de 76 anos afirmou depois que as suas prioridades durante o mandato passam por: garantir a transparência na realização das próximas eleições no país, que devem acontecer em abril de 2021; e combater as duas crises que o país atravessa — a pandémica e a económica (que foi agravada pela primeira).

Sobre o combate à Covid-19, assegurou que este será feito baseado no respeito pela ciência, demarcando-se de posições como a do seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro.

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Além disso, acrescentou que são precisos esforços para combater “outras crises preexistentes”, como as alterações climáticas e as divisões entre a classe política.

Num discurso em tom de reconciliação, garantiu ainda defender a liberdade de expressão e os direitos da mulher e dos indígenas.

Sagasti é o quarto a assumir o cargo desde a eleição de Pedro Pablo Kuczynski, em 2016, que renunciou antes de passar por um processo de impeachment, após ser acusado de envolvimento num escândalo de corrupção.

Presidente interino do Peru renuncia após protestos. Esteve cinco dias no cargo

O seu sucessor, Martín Vizcarra foi afastado da presidência no início de novembro depois de enfrentar dois processos de impeachment também devido a acusações de corrupção.

Por apenas seis dias, assumiu depois a posição o congressista Manuel Merino, que renunciou após os protestos violentos que resultaram na morte de dois manifestantes.