O sindicato da hotelaria do sul denunciou esta quinta-feira que retiraram 10 dias de salário, referentes a novembro, aos trabalhadores que prestam serviço de refeições nos hospitais de Portalegre e Elvas, mas a empresa concessionária, a Uniself, refuta as acusações.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul (STIHTRSS) relata que cerca de uma dúzia de trabalhadores da Uniself, concessionária dos bares e refeitórios destes hospitais, foram confrontados com esta situação, pretendendo a empresa “abotoar-se” desta verba.

O STIHTRSS recorda que em junho decorreu uma mudança de empresas concessionárias naqueles hospitais, tendo sido entregue a concessão à Uniself, e que em termos “legais e regulamentares” o acerto de valores a realizar, “a parte que cabe a cada empresa responsabilizar-se”, é realizada “diretamente e proporcionalmente”, nomeadamente os débitos e os créditos haver, entre as concessionárias.

A exceção é referente ao subsídio de férias e de Natal e salário relativo ao mês a que diz respeito aquando da mudança de concessionária e realizado no mês a que diz respeito, descontado no recibo do trabalhador”, explicam no comunicado.

“Acontece quanto às férias que o trabalhador tem direito a 22 dias úteis de férias, que venceram no passado dia 1 de janeiro, e numa primeira tentativa a empresa pretendeu ‘roubar’ ao não deixar gozar 10 dias de férias, mas teve de recuar, porque as férias são irrenunciáveis, logo não as pode retirar”, denunciam. Para o sindicato, a Uniself “não satisfeita e de má-fé”, descontou depois 10 dias de trabalho, “que não pertence” à empresa, “mas sim ao trabalhador”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Com a agravante, conforme foi comunicado pelas chefias superiores da Uniself às trabalhadoras, que a Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) deu o seu aval para descontar no salário do trabalhador”, lamentam.

O sindicato alerta ainda que há casos de trabalhadores que estiveram ausentes nos últimos dias por “estarem em quarentena” e por essa razão “sofreram já um corte nos rendimentos”, somando à retirada destes 10 dias de trabalho, vão dessa forma levar para casa “pouco mais de 100 euros” para todo o mês de dezembro.

Numa nota enviada à agência Lusa, a Uniself repudia as acusações e esclarece que “pagou a todos os trabalhadores” que prestam serviço nos hospitais de Portalegre e Elvas os valores proporcionais a salário, subsídio de férias e férias desde que assumiu, em junho, a concessão destes estabelecimentos hospitalares.

“Aos trabalhadores que transitaram para a Uniself com dias de férias por gozar foi-lhes garantido o direito de as usufruir, cumprindo todos os procedimentos legais, sendo que os proporcionais relativos ao período de janeiro a maio são da responsabilidade do anterior concessionário”, lê-se na nota.