O caso do ataque à Academia Sporting, em maio de 2018, pode ter um novo capítulo após julgamento que decorreu no Tribunal de Monsanto ao longo de pouco mais de seis meses e que teve a sentença em maio de 2020.

Invasão a Alcochete. Ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho absolvido

De acordo com o JN, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público abriu uma nova investigação à invasão, no seguimento de uma denúncia apresentada pelo antigo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que foi absolvido da acusação de autoria moral do ataque à Academia do clube.

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Segundo o antigo líder do clube leonino, Pedro Silveira (conhecido como Barbini) e Diogo Amaral (Tusta) foram ouvidos apenas enquanto testemunhas, neste caso numa sessão realizada em fevereiro de 2020, quando deveriam ter sido arguidos como autores morais do ataque por estarem nos grupos do WhatsApp onde a invasão foi combinada na véspera, tendo mesmo trocado mensagens já depois da saída do grupo das instalações.

Por mais do que uma vez ao longo do julgamento, Bruno de Carvalho, bem como o seu advogado, Miguel A. Fonseca, questionaram o porquê dessa ausência de ambos no processo a não ser como testemunhas, algo que aconteceu pela primeira vez logo na terceira sessão do julgamento e que voltou a suceder na audição do último militar da GNR entre as testemunhas do Ministério Público, o 1.º sargento Fábio Castro. O antigo presidente do Sporting referiu mesmo que era um contrassenso na investigação e no desenrolar do julgamento haver um enfoque tão grande no grupo dos “casuais” e deixarem Pedro Silveira e Diogo Amaral de parte.

Do discurso de quatro minutos da juíza às quatro intervenções de Bruno de Carvalho: o último dia do julgamento de Alcochete

“No processo, duas pessoas foram sentadas não no banco de réus e mas nas testemunhas, ninguém percebia muito bem o que era. Uma delas fazia parte da lista de candidatura de Frederico Varandas, Pedro Silveira, e o outro Diogo Amaral, uma das pessoas mais influentes da candidatura. Este último chegou a admitir que o nome de guerra era Tusta e que tinha uma mensagem no fim do ataque a dizer ‘Saiam, saiam’. Autoria moral é ter conhecimento de tudo. Acho que claramente os dois seriam acusados. Depois depende do Ministério Público se queria fazer uma investigação a sério ou a brincar, como fizeram comigo. Quando há um crime, as pessoas querem saber onde, quando, quem e porquê? Eu ia mandar bater nos jogadores porquê? Eles os dois eu percebia o porquê, porque souberam antes e souberam depois de tudo. Com tudo isso, eu fui escorraçado e alguém entrou para o meu lugar”, comentou Bruno de Carvalho após o último dia de julgamento, em maio de 2020.