O ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, foi esta quinta-feira absolvido de todos os crimes que o levaram a sentar-se como arguido no Tribunal do Monsanto, em Lisboa, nomeadamente a acusação de ter sido o autor moral do ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, que resultou na agressão a vários jogadores e elementos da equipa técnica. Também líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, e o Oficial de Ligação dos Adeptos ao clube, Bruno Jacinto, ouviram do coletivo de juízas, presidido por Sílvia Pires, que saíram do tribunal absolvidos dos crimes de que estavam acusados. Os três foram os únicos entre os 44 arguidos absolvidos.

Alcochete. As cinco teorias sobre Bruno de Carvalho que caíram por terra — ou como uma acusação ficou reduzida a nada

Já quanto aos restantes 41 arguidos, foram todos condenados por introdução em propriedade privada, mas em graus de culpa diferentes: quatro, que entraram mais tarde e saíram logo quando perceberam que os invasores estavam a deixar o local, terão que pagar uma multa; os restantes 37 enfrentam penas por ofensas à integridade física qualificada e ameaças agravadas, pelo que foram condenados a penas entre os três anos e meio e os cinco anos. No entanto, só nove vão cumprir efetivamente pena de prisão porque os restantes, como não têm antecedentes criminais, vão ver as suas penas serem suspensas pelo período de cinco anos, grande parte com obrigação de fazerem 200 horas de trabalho comunitário e de não entrarem em recintos desportivos.

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No final a juíza Sílvia Pires, que ao longo dos últimos quase seis meses de julgamento pautou a condução dos trabalhos pelo pragmatismo, deixou alguns recados. “A prova faz-se aqui, não é no café. O Estado tem regras”, avisou, lembrando não haver qualquer prova contra Bruno de Carvalho. Em relação aos arguidos que estiveram em prisão preventiva e que agora viram a pena de prisão aplicada ser suspensa, a juíza lembrou: “A esperança do tribunal foi que tenham percebido nos 13 ou 15 meses de preventiva que o que fizeram foi crime”.

Aos restantes nove que terão que cumprir pena efetiva (Pavlo Antonchuk, Tiago Neves, Domingos Monteiro, Bruno Monteiro, Leandro Almeida, Fernando Mendes, Elton Camará, Nuno Torres e Getúlio Fernandes), Sílvia Pires deixou também uma mensagem: “Que aproveitem a pena para pensar no que fizeram e venham diferentes”.

– As imagens são bastante reveladoras. Quem gosta não bate, não ameaça, não injuria, não enxovalha. Isto é um crime. Os nossos direitos têm um início e terminam. Entraram à patrão, levaram tudo à frente. Não tenho dúvida que agiram de forma concertada, entraram na academia, bateram nos jogadores. Agiram em grupo e por isso levam todos os mesmos crimes. Os senhores vão condenados, uns em pena suspensa, outros em pena efetiva. É uma oportunidade que o tribunal vos dá, se bem que vocês não deram oportunidade às outras pessoas.

É a vossa oportunidade de mostrar que não são aquelas pessoas, para agarrarem com as duas mãos. Para alguns, são cinco anos de pena suspensa. Estou aqui para vos dar a oportunidade e estou cá para tirar, se saírem daqui a pensar: ‘ Safei-me’. Daqui a seis meses estão cá outra vez. Isto não é desporto, não é amor ao clube. Espero que agarrem a oportunidade que o tribunal vos está a dar. Todos nós erramos.

Ser homem não é tapar a cara e entrar num sítio a correr, é assumir os erros, cumprir a pena e dar a volta por cima. Espero que os senhores assumam os erros, cumpram a pena e recomecem. O sofrimento que provocaram às famílias, da mais humilde à mais endinheirada, foi a vergonha da vossa vida, para as vossas famílias. Sejam homens, não aqueles que tapam a cara”, afirmou na parte final a juíza Sílvia Pires.

O coletivo decidiu aplicar penas diferentes consoante a intervenção no crime e o cadastro de cada um. “Não preciso que concordem. só estou a explicar o critério. Há quem tenha 17”, disse a juíza quando percebeu a reação dos advogados, recordando o número de antecedentes criminais de Fernando Mendes, um dos dois arguidos que não estiveram presentes no Tribunal de Monsanto, neste caso por razões de saúde (continua a lutar contra uma leucemia). Dos 41 arguidos condenados, quatro vão ter que pagar uma multa de 320 euros (40 dias a oito euros), nove vão cumprir a pena na prisão e os restantes serão libertados com pena suspensa, mas com algumas penas acessórias, como trabalho comunitário e proibição de irem aos estádios.”É uma oportunidade”, avisou a juíza. “É para agarrarem com ambas as mãos. Se não cumprirem estou cá depois”, avisou.

A leitura do acórdão aconteceu depois de mais de um mês de adiamento do julgamento por causa da pandemia. Devido à extensão do acórdão, a juíza Sílvia Pires fez uma súmula, que mesmo assim levou duas horas de leitura.

O ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, um dos 44 arguidos no processo, foi dos primeiros a chegar ao tribunal. A realidade agora é bem diferente de há um mês. À porta do tribunal estavam todos de máscara, que não pode ser retirada no interior. Todos os que entram têm gel desinfetante para colocar nas mãos e a lotação da sala é limitada por causa do distanciamento de segurança entre todos. Também os arguidos estão separados por duas salas para que se mantenha a distância. Faltaram apenas, dos 44, os arguidos Luís Almeida e Fernando Mendes (ex-líder da Juve Leo que foi condenado a pena efetiva), todos os outros compareceram.

Já à saída do tribunal, Bruno de Carvalho era esperado por vários apoiantes com tarjas e bandeiras de apoio. Aos jornalistas, Bruno de Carvalho lembra que afirmar que não foi condenado por falta de provas “é perpetuar o crime”. “Quando afirmarem que fui absolvido porque sou inocente eu posso sair do meu confinamento de dois anos”, disse, lembrando que os pais e as filhas têm acompanhado todo este caso e que sofrem com isso.

Acusação contra Bruno de Carvalho não ficou provada

Ainda antes de determinar as penas,  juíza já deixou logo claro que a acusação contra o ex-presidente do Sporting não ficou provada. Bruno de Carvalho esteve sentado no banco dos réus como autor moral dos crimes de ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, crimes que são classificados como terrorismo. No entanto a procuradora do Ministério Público, Fernanda Matias, já tinha dito em alegações finais que não tinha sido produzida prova contra ele.

Também o coletivo de juízas considerou que não há provas de que as suas publicações no Facebook tivessem intenção de motivar o ataque. E mesmo a frase que disse na reunião da casinha, para os adeptos — a célebre frase “Façam o que quiserem” — foi esclarecida de que não seria uma ordem. Já a afirmação na reunião com os jogadores de que estaria com eles “acontecesse o que acontecesse” estava relacionada com a mudança da equipa técnica e com a eventual saída do treinador Jorge Jesus, e não com a previsão de um possível ataque. “Não se faz prova de que planeou”, disse a juíza. “Todos os factos da acusação sobre Bruno de Carvalho foram dados como não provados”, acrescentou, contrariando a acusação assinada pela procuradora Cândida Vilar.

Em relação a Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafa, que lidera a Juve Leo, não há provas de que tenha participado nestes crimes como estava acusado, considerou o tribunal, até porque nem foi à academia. Os arguidos que entraram na academia apenas “aproveitaram o ascendente dele” para chamar mais adeptos para a invasão, considerou o tribunal. Nuno Mendes esteve em prisão preventiva quase um ano por ter sido acusado, também, por tráfico de droga. É que na casinha, onde reunia a claque, foi encontrada droga. Mas as juízas também dizem que não se provou que a droga ali guardada lhe pertencesse.

O oficial de ligação aos adeptos, Bruno Jacinto, que na investigação foi constituído arguido por ter uma mensagem trocada com Tiago Silva, a dizer que os jogadores “eram bem malhados”, foi também absolvido. O tribunal lembrou que ele próprio ligou ao responsável pela segurança da academia, Ricardo Gonçalves, a avisá-lo que um grupo de adeptos se preparava para ir lá.

As provas que a juíza considerou

Antes de avançar para a leitura, a juíza considerou nulas as provas obtidas através das antenas VTS da academia de Alcochete e do hipermercado Lidl, onde os arguidos terão marcado encontro para seguir depois para a academia, segundo a acusação. Outras nulidades invocadas pela defesa foram recusadas.

A juíza explicou depois todas as provas consideradas para chegar a estas conclusões. Desde as imagens do sistema de videovigilância da academia, às impressões digitais recolhidas no local, à roupa apreendida nas casas dos arguidos que os identificava como tendo estado no centro de treinos do Sporting. Lembrou também que o próprio responsável de segurança da academia, Ricardo Gonçalves, identificou alguns dos arguidos, porque já os conhecia por serem membros das claques e acompanharem os jogadores. Por outro lado, alguns arguidos assumiram em julgamento ter estado no local.

Num estilo meio irónico, a que habituou todos ao longo do julgamento, a juíza considerou também que os arguidos taparam a cara precisamente para não serem reconhecidos. “Não terão tapado a cara para os pais não saberem que tinham faltado às aulas”, disse.

Sílvia Pires disse também que em tribunal o arguido Leandro Almeida foi identificado como o agressor do Montero, por ter um dente de ouro. Já Misic terá sido atingido com o cinto de Ruben Marques, que apesar de ter negado a agressão, seria o único a usar cinto. Em relação a Petrovic, não ficou provado que tivesse sofrido agressões.

O arguido Eduardo Nicodemus foi ter à Academia em viatura própria, os restantes que se encontraram no Lidl foram em caravana, onde seguia também o ex-líder da claque, Fernando Mendes. O tribunal não acredita que eles não soubessem todos ao que iam e considerou, no entanto, que os arguidos “agiram de forma concertada”. Mas que não ficou provado que “quisessem impedir os jogadores de jogar” ou que “quisessem prejudicar o Sporting”. De sublinhar que o próprio clube é assistente no processo.

Juízas do caso Alcochete reduzem acusação de 143 para 19 páginas e alteram factos imputados a Bruno de Carvalho

O que o ficou, afinal, provado

Nas últimas semanas o coletivo de juízes resumiu a acusação do Ministério Público, assinada pela procuradora Cândida Vilar, de 143 páginas para apenas 19. Segundo o despacho de alteração não substancial de factos,  juíza Sílvia Rosa Pires, auxiliada pelas juízas Fátima Almeida e Dora Fernandes, consideraram que a “redação da acusação” inicial tinha “alguma matéria repetida e sobreposta, misturando factos objetivos e elemento subjetivo dos vários tipos de ilícito”, por outro lado retiraram do documento todos os meios de prova, tendo em conta apenas que foi produzida em julgamento. O documento foi apresentado aos advogados e foi lido esta quinta-feira, mostrando o que o coletivo de juízes considerou como provado. Só ao fina do dia será disponibilizado o acórdão.

  • 7 de abril: após a derrota do Sporting em Madrid com o Atlético, que levou à troca de publicações nas redes sociais entre Bruno de Carvalho e jogadores, foi feita uma reunião em Alvalade a pedido do plantel. Rui Patrício e William Carvalho referiram que as críticas deviam ter sido feitas internamente, Bruno de Carvalho respondeu que ele era o presidente e o objetivo de ambos era sair do clube;
  • Nesta mesma reunião, William Carvalho acusou Bruno de Carvalho de ter mandado Nuno Mendes (Mustafá), líder da Juventude Leonina, partir os carros dos jogadores. O antigo presidente negou, saiu da sala e voltou com uma chamada em alta voz que tinha do outro lado Nuno Mendes. O líder da claque negou que esse pedido tivesse sido feito. Bruno de Carvalho acrescentou que se quisesse bater não precisava de chamar ninguém;
  • Ainda nesse dia mas na Academia e não em Alvalade, Bruno de Carvalho disse a Jorge Jesus que poderia convocar os jogadores que entendesse para o encontro com o P. Ferreira no dia seguinte [n.d.r. todos os que tinham publicado um texto de resposta ao presidente leonino nas redes sociais estavam suspensos] mas que os processos disciplinares que estavam em curso iriam continuar a decorrer;
  • À noite, depois dessa segunda reunião com o plantel desta vez na Academia, Bruno de Carvalho, com André Geraldes, Bruno Jacinto e Vasco Santos (ex-diretor de segurança), marcou presença num encontro na sede da Juventude Leonina (Casinha) com Nuno Mendes, elementos do staff e vários chefes de núcleos. Foram feitas críticas ao ex-líder pelas publicações nas redes sociais, assim como foram feitas críticas aos resultados e ao empenho dos jogadores. Foram discutidas “formas de apoio à equipa, como cânticos, tarjas e/ou uma visita à Academia. No final da reunião Bruno de Carvalho disse ‘Façam o que quiserem e depois digam’;
  • 13 de maio: depois do jogo frente ao Marítimo na Madeira, que o Sporting perdeu e levou a que terminasse o Campeonato no terceiro lugar fora dos lugares de apuramento para a Liga dos Campeões, os jogadores foram agradecer no relvado aos jogadores mas acabaram por ser assobiados e insultados. Rui Patrício virou as costas e foi para os balneários, Acuña exaltou-se, respondeu e gesticulou antes de deixar aquela zona;
  • No mesmo dia mas no aeroporto, alguns adeptos confrontaram os jogadores. Fernando Mendes [ex-líder da Juve Leo] estava indignado com Acuña e falou com Jorge Jesus, William Carvalho e Battaglia, dizendo no final ‘Eu estou por tudo, falamos em Alcochete’. Já Tiago Silva entrou em confronto verbal com Battaglia, não tendo havido nenhuma agressão nesse momento devido à intervenção dos elementos policiais presentes;
  • 14 de maio: Bruno de Carvalho marcou três reuniões em Alvalade. Na primeira, com a equipa técnica, assumiu que havia um “fim de linha”, “ficando, porém, em dúvida ainda estariam no comando técnico da equipa no jogo da final da Taça de Portugal que seria disputado no domingo seguinte”. Na segunda, com os jogadores, perguntou a Acuña o que se tinha passado na Madeira porque os adeptos tinham estado a noite toda a ligar-lhe para o telefone porque queriam saber a morada e matrícula do carro do argentino, advertindo-o de que não deveria ter respondido ao líder da claque mas assegurando que iria resolver a situação. Na terceira, com os elementos do staff, relativizou a importância da conquista da Taça de Portugal e questionou cada um dos presentes se estavam com ele “acontecesse o que acontecesse”;
  • Depois da derrota na Madeira frente ao Marítimo, 37 dos arguidos acordaram entre si e decidiram invadir a Academia para abordar os jogadores e o treinador durante o treino de dia 15 de maio e “intimidar, por palavras e atos, e agredir, punindo-os pela sua atitude e falta do cumprimento dos objetivos da época. Acordaram ainda levar tochas, outros artefactos e balaclavas e capuzes para ocultar a sua identidade.
  • Encontraram-se no parque de estacionamento do Lidl do Montijo pouco mais de meia hora antes da chegada à Academia (17h07). À exceção de Fernando Barata, Bruno Monteiro, Élton Camará, Sérgio Santos e Celso Cordeiro, todos taparam a cara no momento da entrada no espaço, feito a correr ou em passo acelerado;
    Os arguidos Bruno Monteiro, Joaquim Costa, Fernando Barata, Elton Camará, Sérgio Santos, Getúlio Fernandes, Luís Almeida, Nuno Torres e Gustavo Tavares entraram na Academia na retaguarda do grupo, mantendo-se sempre na retaguarda do mesmo. Tiago Neves, João Calisto Marques e Pavlo Antonchuk lançaram um facho de mão aceso no exterior na direção da zona onde estavam estacionados veículos automóveis. Ricardo Neves lançou um facho de mão aceso para debaixo do Porsche de Nelson Pereira. Hugo Ribeiro lançou um facho de mão aceso para uma zona de pasto com ervas secas e fez o mesmo com que estava debaixo do Porsche. Filipe Alegria recolheu ambos os fachos de mão na zona de pasto e atirou um para a varanda do edifício da ala profissional e outro para o telhado desse edifício. Rúben Marques desferiu uma pancada com um cinto que trazia na mão no capôt do Porsche (o arranjo foi cerca de três mil euros);
  • Já dentro das instalações, ficaram comprovados os seguintes atos, insultos ou agressões:
    Miguel Quaresma, elementos da equipa técnica, foi empurrado e caiu ao chão;
    Bas Dost foi atingido por Rúben Marques com um cinto na cabeça, que lhe provocou uma ferida com sangue que teve de ser suturada com seis pontos, e foi depois pontapeado em várias zonas do corpo no chão;
    Raúl José, treinador adjunto, ao ver Bas Dost no chão, foi tentar ajudar mas acabou atingido por Rúben Marques com o cinto no ombro;
    William Carvalho foi abordado por pelo menos três arguidos. Um deles foi Miguel Ferrão, que lhe agarrou no braço e torceu-o para trás; os outros deram socos no peito e nas costas;
    Rui Patrício foi agarrado e empurrado por pelo menos quatro arguidos, levando socos no peito. Um dos arguidos ainda agarrou no braço e tentou também torcer o mesmo;
    Acuña foi abordado por pelo menos quatro arguidos. Ricardo Neves e Leandro Almeida foram dois deles, atingindo o argentino com bofetadas na cara, murros e pontapés em várias zonas do corpo;
    Battaglia foi também abordado por pelo menos quatro elementos, levando socos na cara, no peito e nos braços. Houve ainda um garrafão de 25 litros de água que foi arremessado na sua direção;
    Fredy Montero foi atingido com uma bofetada na cara pelo arguido Leandro Almeida;
    Misic levou com uma pancada de um cinto na cabeça, desferida pelo arguido Rúben Marques;
    Bruno César sofreu empurrões por alguns arguidos;
    Podence foi empurrado por um dos arguidos;
    Rúben Ribeiro levou uma bofetada na cara por um dos arguidos;
    Carlos Mota, enfermeiro, foi atingido com uma cotovelada;
    Hugo Fontes, fisioterapeuta, foi empurrado e bateu contra uma marquesa;
    Ludovico Marques, fisioterapeuta, levou com uma bolsa de higiene na cara;
    Foram acesos e lançados três engenhos pirotécnicos no balneário, o que provocou muito fumo. Ao mesmo tempo que decorria tudo, os arguidos insultaram e ameaçaram os presentes. Um dos fachos de mão atingiu depois Mário Monteiro, preparador físico, na zona abdominal e num dos pulsos;
    Jorge Jesus foi atingido com um cinto pelo arguido Rúben Marques na zona entre a cara e o ombro. Quando foi atrás do agressor, já no exterior, foi atingido com um soco na zona do nariz
  • Os arguidos Tiago Rodrigues, Samuel Teixeira, Tomás Fernandes e Guilherme Oliveira entraram na Academia a andar, de rosto descoberto, pelo portão principal, quando alguns dos arguidos já vinham em sentido contrário a fugir do local, invertendo depois a marcha perante esse cenário;
  • Os arguidos Fernando Barata, Nuno Torres, Élton Camará, Joaquim Costa e Sérgio Santos permaneceram na Academia já depois de tudo ter acontecido e sairiam mais tarde no carro de Nuno Torres, que entretanto teve boleia de Bruno Jacinto até ao parque de estacionamento do Lidl;
  • Os arguidos Guilherme Sousa, Tiago Neves, Válter Semedo, Luís Almeida, Tiago Silva, Sérgio Costa, Afonso Ferreira, Domingos Monteiro, João Calisto Marques, Jorge Almeida, Pedro Santos, João Gomes, Rúben Marques, Miguel Ferrão, Pavlo Antonchuk, Ricardo Neves, Bruno Monteiro, Emanuel Calças, Gustavo Tavares, Nuno Alves, Filipe Ferreira, João Montez, António Catarino, Élton Camará, Fernando Barata, Nuno Torres, Joaquim Costa, Filipe Alegria, Paulo Patarra, Leandro Almeida, João Aníbal Gonçalves, Daniel Lavaredas, Celso Cordeiro, Eduardo Nicodémes, Sérgio Santos, Getúlio Fernandes e Hugo Ribeiro juntaram-se com o propósito de invadir a Academia sem autorização sabendo que era um espaço vedado ao público, agredir jogadores e técnico da equipa principal e intimidar os jogadores do Sporting;
  • O arguido Rúben Marques agiu também com o propósito concretizado de causar estragos no Porsche;
  • Os arguidos Tiago Rodrigues, Samuel Teixeira, Tomás Fernandes e Guilherme Oliveira sabiam que a Academia do Sporting é um espaço vedado e que não estavam autorizados a entrar no mesmo.