O atual vice-presidente do Governo da Madeira, Pedro Calado, aceitou o “desafio” de ser o cabeça de lista da coligação PSD/CDS à Câmara do Funchal para “modernizar” e retirar a cidade da “estagnação”.

“Aceitei [encabeçar a candidatura] pelo desafio e por sentir que a nossa cidade, que conheço muito bem – já estive em funções diretas durante oito anos na Câmara Municipal do Funchal -, precisa de um novo rumo, de uma nova orientação, de estar aberta a toda a sociedade”, disse Pedro Calado à agência Lusa.

O candidato defendeu “um novo paradigma de modernização, de gestão, de abertura para o exterior, de captação de investimento”.

Na opinião de Pedro Calado, “a cidade do Funchal estagnou” e o ritmo de investimento implementado “parou em 2013”, altura em que o PSD perdeu a governação do município.

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O candidato apontou que “a qualidade da cidade está a esbater-se ao longo do tempo, está a definhar”, preconizando a necessidade de ser “mais aberta, mais dinâmica, com outro ritmo de investimento, mais acolhedora, mais limpa”.

“É isso que pretendemos modificar”, vincou o atual responsável pelas Finanças do executivo madeirense de coligação PSD/CDS, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.

Com 45 anos, Pedro Calado, tem formação académica nas áreas de Estatística, Gestão de Informação e de Empresas, foi gestor em várias empresas de vários setores de atividades e tem experiência autárquica.

Foi vereador com o pelouro das Finanças quando integrou a equipa camarária liderada pelo agora chefe do executivo madeirense, entre 2005 e 2012, e vice-presidente de Albuquerque no município do Funchal (2012 e 2013).

Calado afirmou ter sido “desafiado” para este novo projeto autárquico e o PSD/Madeira “entendeu que seria a melhor pessoa para defender os interesses da cidade”.

Admitindo ter sido “difícil tomar a decisão de ser candidato por entender que “a política tem contornos muito complicados, muito difíceis”, Pedro Calado destacou que a aceitação foi “muito ponderada” e “bem equacionada”.

“Até a nível pessoal e familiar é um desafio grande” e seria “mais cómodo” continuar no atual cargo, declarou, argumentando que, sendo “um homem de desafios”, considerou estimulante este projeto.

Rejeitando que esta candidatura represente uma retrocesso na sua carreira política, Pedro Calado assegurou não estar “apegado a qualquer cargo de governação”, refutou as críticas dos que pensavam que por ser vice-presidente do Governo Regional “podia ter em mente outros voos” e adiantou não ter “qualquer objetivo político”.

“A minha carreira [política] não é aquilo que me move”, observou e apontou que sempre pautou a sua atuação “por fazer gestão pública” e o seu objetivo é “estar sempre ao lado da população”.

O cabeça de lista da coligação, com o projeto denominado “Funchal sempre à frente”, antevê “uma campanha muito dura”, atestando estar “preparado para isso” e não temer qualquer adversário nesta corrida à presidência da Câmara do Funchal.

“Quero fazer uma campanha limpa, transparente, honesta” e transmitir aos funchalenses “um projeto para dignificar a cidade do Funchal”.

Pedro Calado garantiu estar “muito confiante” neste “projeto moderno, com pessoas profissionais e com espírito de equipa”, com “provas dadas”, sem cargos partidários.

O candidato ainda admitiu que a coligação com o CDS “dá um conforto porque abrange um maior número de pessoas ligadas aos partidos que apoiam a candidatura”.

O Funchal é o principal concelho da Madeira, sendo composto por 10 freguesias e onde residem 111.892 pessoas (Censos 2011), dos cerca de 260 mil habitantes do arquipélago.

O executivo municipal do Funchal, composto por 11 elementos, é liderado pela coligação Mudança (PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos!) que tem seis vereadores, enquanto o PSD tem quatro elementos e o CDS um, todos sem pelouro.

Nas autárquicas de 2017, esta coligação obteve 42,05% da votação do eleitorado funchalense, representando 23.377 votos, o PSD reuniu 32,05% dos votos e o CDS 8,59%.

Neste momento estão também oficialmente anunciadas à presidência da Câmara do Funchal a candidatura do atual presidente, Miguel Silva Gouveia, numa coligação encabeçada pelo PS, e de Duarte Gouveia (Iniciativa Liberal).

As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas por lei devem realizar-se em setembro ou outubro.