O Algarve apresenta pela primeira vez uma programação cultural em rede que junta os 16 municípios e a Direção Regional de Cultura do Algarve, com mais de 200 iniciativas culturais até ao final do ano, algumas itinerantes.

Todos os eventos do projeto “Bezaranha — Há ventos que vêm por bem!” são gratuitos, visando ir ao encontro da procura por iniciativas ao ar livre, aliada à valorização do território, com atividades culturais em monumentos, sítios históricos e mesmo em locais não convencionais.

“Muitos vão acontecer em museus, igrejas, fortes, monumentos, em zonas de contacto com a natureza e em locais menos habituais e numa itinerância regional”, afirmou à Lusa o coordenador cultural do projeto, Pedro Bartilloti.

Segundo o responsável, a programação assenta em quatro pilares: “apoiar os artistas locais, potenciar o património natural e edificado da região, realizar pelo menos 60% dos eventos ao ar livre e itinerâncias entre municípios”.

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Forte do Beliche (Vila do Bispo), Fonte da Benémola e Minas de sal-gema (Loulé), Sítio das Fontes (Lagoa), Ruínas de Milreu e Ilha da Culatra (Faro), Monumentos Megalíticos de Alcalar (Portimão) ou serra de Silves, são alguns dos locais por onde vai passar a programação.

As propostas do Bezaranha — expressão popular algarvia que significa ventania ou vendaval – vão desde a música, ao teatro, dança, artes de rua, cinema, artes visuais e projetos multidisciplinares.

A programação pode ser consultada na página de Internet do projeto — bezaranha.pt –, sendo o resultado da contribuição de cada município, que “propôs a sua programação”, absorvendo as sugestões de itinerância para se “chegar ao puzzle final”, notou.

Segundo o coordenador, a intenção é fazer a “grande maioria dos eventos em locais com público”, mesmo que apenas com “30 ou 40 pessoas”, mas aqueles que se prevê que apresentem um “número considerável de elementos” vão acontecer ‘online’.

Pedro Bartilloti sublinhou que a necessidade de adaptação às regras ditadas pelo combate à pandemia de covid-19 criou “maior proximidade e solidariedade entre municípios” e abriu portas a novas ideias.

“Há uns anos seria impensável ver tantos eventos ao ar livre e ao longo de todo o território – já que muitos acontecem descentralizados em aldeias e locais do interior -, ou mesmo em monumentos e igrejas”, destacou.

O projeto “Bezaranha — Há ventos que vem por bem!” resulta de uma candidatura que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) submeteu no âmbito do Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020), aprovada em 30 de dezembro de 2020.