A escassez mundial semicondutores, utilizados para fazer microchips e processadores, está a chegar a mais mercados. Como avança o Financial Times, os fornecedores asiáticos de eletrodomésticos, como máquinas de lavar ou torradeiras, dizem que estão a ter falta de produtos devido à elevada procura que a pandemia de Covid-19 gerou e à escassez global de chips.

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Randy Abrams, chefe de pesquisa de semicondutores asiáticos no Credit Suisse, disse ao jornal que este problema começa a afetar, sobretudo, os pequenos eletrodomésticos. De acordo com o analista, a produção de processadores que realizam tarefas simples, como pesar roupas em máquinas de lavar ou pôr uma torradeira inteligente à temperatura certa, está a ser diretamente afetada.

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As empresas sul-coreanas Samsung e a LG, dois dos maiores fabricantes mundiais de eletrodomésticos, têm previsto que só poderão voltar a operar sem problemas em 2022. Koh Dong-jin, presidente co-executivo e chefe do negócio de tecnologia móvel da Samsung, afirmou recentemente que, no segundo trimestre deste ano, a empresa já está a enfrentar problemas de fornecimento. Já a LG avançou que está a “monitorizar de perto a situação, pois nenhum fabricante pode ficar livre do problema se este se prolongar”.

O mercado chinês tem sido fortemente afetado, apesar de os líderes mundiais estarem a tentar mitigar os efeitos deste problema. Devido às sanções impostas por países como os EUA, muitos fabricantes do país estão a ter dificuldades em arranjar semicondutores suficientes para corresponder à procura. Devido a isso, quando conseguem, armazenam quantidades avultadas destes materiais, tornando o problema de escassez global ainda maior.

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Em março, Neil Campling, analista de tecnologia do grupo de investimento Mirabaud, disse ao The Guardian que esta crise pode demorar até dois anos. Ou seja, só em 2023 é que fábricas de semicondutores vão voltar à normalidade. Até lá, “isto vai afetar todas as pessoas”. E continua: “Esperem que os carros custem mais e os telefones também. O iPhone deste ano não será mais barato do que no ano passado”.