“Olá a todos,

Muito obrigado por todas as mensagens e cumprimentos queridos e fantásticos que chegaram de todo o mundo, significa muito para mim e para a minha família. Estou bem – dentro das circunstâncias. Ainda tenho de fazer mais alguns exames no hospital mas estou a sentir-me ok.

Agora, vou apoiar os nossos rapazes da equipa da Dinamarca nos próximos jogos. Joguem por toda a Dinamarca.

Obrigado, Christian”

Eriksen desmaiou a meio do jogo mas encontra-se estabilizado e consciente: “Conseguimos trazê-lo de volta”

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Eriksen continua ainda hospitalizado mas a ter uma vida cada vez mais normal – dentro do contexto, como o próprio fez referência na primeira publicação na sua página do Instagram depois da paragem cardíaca sofrida no final da primeira parte do encontro entre a Dinamarca e a Finlândia, no Parken Stadium de Copenhaga. Os relatos na primeira pessoa de tudo o que se passou durante aqueles eternos minutos continuam a suceder-se mas a pergunta que o médio quer ver esclarecida mantém-se sem resposta: o que se passou às 17h43 de sábado?

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Simon Kjaer foi exemplo paradigmático de tudo isso numa só pessoa. Capitão de equipa e amigo próximo de Eriksen (apesar de jogarem em equipas rivais da Serie A, o AC Milan e o Inter), foi o primeiro a agir perante o que se passava, evitou que o médio pudesse enrolar a língua, colocou o jogador de lado cumprindo todo o protocolo que se deve seguir perante situações semelhantes, chamou todos os companheiros para se colocarem em torno do número 10 enquanto estava a ser assistido para evitar que se assistisse ao que se estava a passar e foi depois confortar a namorada do jogador. Foi um dos heróis no momento crítico de Eriksen, regressou depois ao campo, pediu para ser substituído por não estar em condições de continuar e saiu mesmo do jogo.

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Ainda agora esse momento é muito comentado. Aliás, não foi esquecido. E continuam a surgir críticas perante a atitude da UEFA com a seleção dinamarquesa nesse sábado onde o futebol passou a ser secundário.

“A UEFA está segura de ter tratado o assunto com o máximo respeito pela situação delicada e pelos jogadores. Foi decidido que o jogo se reiniciava só depois de as duas equipas pedirem para terminar o jogo na mesma tarde”, comunicou o órgão que tutela o futebol europeu. “Foi um erro voltar ao campo, os jogadores estavam em choque”, assumiu o selecionador dos nórdicos, Casper Hjulmand, a esse propósito. “Não foi a decisão correta”, admitiu Peter Möller, presidente da Federação dinamarquesa, mesmo recusando qualquer pressão da UEFA.

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“A necessidade de os jogadores terem 48 horas de descanso entre partidas eliminou outras opções. A situação exigia que alguém mais acima dissesse que não era o momento de tomar uma decisão. Colocaram-nos numa posição em que sinto que não nos deveriam ter posto”, defendeu Kasper Schmeichel, guarda-redes da equipa, já depois de o pai Peter, também ele internacional e também ele guarda-redes, ter admitido no Good Morning Britain que esse comunicado da UEFA não tinha sido assim tão linear em relação ao que realmente se passou.

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“Vi a nota oficial da UEFA que dizia que estavam a seguir a vontade dos jogadores, que insistiram em jogar. Eu sei que isso não é verdade. A UEFA deu-lhes três opções: a primeira foi jogar imediatamente e acabar os restantes 50 minutos que ainda faltavam do encontro; a segunda foi recomeçar a partida ao meio dia de domingo; a terceira foi abandonar o jogo e perder 3-0. O que realmente é importante aqui ressalvar é: será que os jogadores queriam mesmo jogar ou não tiveram outra opção? Não penso que tenham tido. O próprio selecionador disse que lamentava, na conferência de imprensa depois do jogo, o facto de os jogadores terem de entrar em campo outra vez. Algo de terrível acaba de acontecer e a UEFA propõe a retomar o jogo ou voltar no dia seguinte ao meio-dia. Que opção é essa? O resultado não tem nenhuma importância nestas situações. Como é que eles poderiam jogar?”, criticou o antigo guarda-redes do Manchester United e do Sporting.