A saga de Britney Spears não parece ter fim à vista. Depois de documentos legais, datados do dia 30 de junho, confirmarem que a juíza Brenda Penny recusou o pedido do advogado da cantora, feito em novembro, negando, pelo menos para já, afastar Jamie P. Spears da tutela, agora é notícia que a empresa definida para partilhar a gestão do património da cantora pediu para se retirar do processo.

Britney Spears: juíza nega pedido para acabar com “tutela abusiva” do pai

De acordo com o The New York Times, a empresa de gestão de fortunas pediu a renúncia do acordo — à Bessemer Trust caberia a gestão partilhada dos bens de Britney juntamente com o pai da artista, envolvido na tutela desde que esta foi criada em 2008. O pedido de renúncia deve-se a uma “mudança de circunstâncias”, de acordo com os documentos legais consultados pelo NYT, numa referência às declarações públicas de Britney. Na audiência virtual da semana passada, a cantora revelou querer acabar com a tutela que considerou “abusiva”, pediu a prisão para a família e disse ser forçada a trabalhar, a tomar lítio, entre outras acusações que caíram que nem uma bomba na indústria do entretenimento.

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Agora, a empresa em questão alega que fora informada de que a tutela de Spears era voluntária e que a artista havia consentido a sua participação, ideias que caíram por terra perante o dramático depoimento de Britney a 23 de junho. A empresa defende, então, “respeitar” os desejos da cantora após ter tomado conhecimento que a mesma se opõe à tutela. O problema reside no que acontecer a seguir: caso a juíza Brenda Penney aprove o pedido da Bessemer Trust, fica pouco claro se Jaime P. Spears ficará ou não o único tutor da fortuna da filha, avaliada em quase 60 milhões de dólares.

Recentemente, também o The New York Times revelou novos detalhes do caso, depois de garantir acesso a documentos legais confidenciais que mostram o controlo exercido sobre a vida da artista e como esta já antes se opôs ao papel do pai enquanto tutor — anos antes do movimento #FreeBritney empolar o caso, anos antes do NYT dedicar um documentário à queda da artista. Um investigador do tribunal escreveu, num relatório datado de 2016, como Britney sentia que a tutela se tinha transformado, ao longo dos anos, “numa ferramenta opressora e de controlo”. A cantora reiterou que o sistema tinha “demasiado controlo”, assegurou que queria que a tutela fosse terminada o mais depressa possível e que estava “cansada” de ser explorada.