A Audi anunciou há cerca de um mês os seus planos para a electrificação e estes passam pela produção do seu último motor de combustão em 2033. Paralelamente, a partir de 2026, todos os novos veículos a lançar no mercado serão locomovidos em exclusivo por motores eléctricos. Contudo, o CEO da Audi admite que os veículos eléctricos apenas fornecerão a mesma rentabilidade dos modelos com motor de combustão, dentro de dois a três anos. Só então será viável abandonar os modelos a gasolina e a gasóleo.

Não é fácil para um construtor tradicional, há mais de 100 anos a vender veículos animados por motores de combustão capazes de queimar combustíveis fósseis como o gasóleo e a gasolina, repentinamente abandonar a tecnologia que lhe encheu os bolsos, e concentrar-se exclusivamente em motores eléctricos, alimentados por baterias. Esta é uma tecnologia nova, em franca evolução e a necessitar de doses massivas de investimento, pelo que, para continuar na crista da onda, é difícil as vendas gerarem os lucros necessários para manter o mesmo nível de lucros.

Isto explica que o CEO da Audi, Markus Duesmann, tenha afirmado à publicação alemã Spiegel que a marca já possui vários eléctricos na sua gama e está a lançar o novo Q4 e-tron, fabricado sobre a mesma plataforma MEB que a VW utiliza para os ID.3 e ID.4, mas isso não implica que espere grandes lucros nos próximos tempos.

De acordo com Duesmann, os veículos eléctricos não garantirão o mesmo nível de lucros dos modelos a combustão, aqueles capazes de sossegar os accionistas e garantir o futuro da empresa, antes de dois ou três anos. Em causa poderão estar os volumes de produção, mas também os custos actuais das baterias, que se tornarão mais baratas e mais eficientes a cada ano que passa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR