Arranca esta sexta-feira a Premier League com um Brentford-Arsenal. Começa “a” liga, “o” campeonato, a corrida de várias equipas ao tão cobiçado título inglês. Manchester City é o alvo a abater, depois de ter sido campeão na época passada, com várias e grandes equipas (20) atrás do conjunto de Guardiola.

Milhões e milhões gastos, jogadores contratados, outros que saíram, novos treinadores (um português), público nos estádios. Adeptos do futebol, o que esperar da Premier League…

Treinar em português

São dois os técnicos nacionais a orientar equipas da Premier League. Nuno Espírito Santo (ou “NES”) no Tottenham e Bruno Lage no Wolverhampton. Relativamente ao primeiro, os spurs vêm de uma época menos positiva, curiosamente orientada por José Mourinho, em que apenas conseguiram um lugar na recém criada Conference League da UEFA. Um sétimo lugar que soube a pouco. Agora, com NES à frente da equipa e já com experiência de quatro épocas no Wolverhampton que correram relativamente bem, o Tottenham tem muita matéria-prima. Isto, claro, se Harry Kane não sair da equipa, “farto” de não ganhar títulos.

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E se no Tottenham um português substituiu outro, quem entrou para o lugar de Nuno Espírito Santo no Wolves foi Bruno Lage, sem clube desde que saiu do Benfica em 2019/2020. Técnico que levou os encarnados ao título em 2018/2019, já tem experiência em Inglaterra, onde foi adjunto no Sheffield Wednesday e no Swansea. O Wolverhampton é uma pequena comunidade portuguesa, cujos últimos a chegar foram José Sá e Trincão. Nelson Semedo, Bruno Jordão, Rúben Neves, João Moutinho, Pedro Neto, Daniel Podence e Fábio Silva são os demais jogadores nacionais na equipa, que quer certamente melhorar o 13.º lugar da temporada passada.

Dois técnicos portugueses a ter em conta.

Corrida pelo título? Provavelmente a quatro

Esta apresentação dos principais pontos de interesse das candidatas à Premier League 2021/2022 tem de começar pelo atual campeão Manchester City, já mais que habituado às (muitas) ideias de Pep Guardiola e que conta no seu plantel com os portugueses Rúben Dias (jogador do ano da Premier League), João Cancelo (que falhou o Euro 2020 devido à Covid-19) e Bernardo Silva, que se tem visto envolvido em vários rumores de transferência. São milionários, são candidatos e, apesar de terem perdido Eric Garcia e principalmente Sergio Agüero para o Barcelona, contrataram o novo “menino bonito” do futebol inglês Jack Grealish. Estima-se que os citizens tenham depositado cerca de 117 milhões de euros nos cofres do Aston Villa. Depois, mais do mesmo, com Stones, Ederson, Rodri, De Bruyne, Mahrez, Foden ou Sterling, um sem fim de craques do sempre candidato e “super endinheirado” Manchester City.

Mantemo-nos na mesma cidade e viramos agulhas para outro português, Bruno Fernandes, médio do Manchester United, que conseguiu a época passada ser o terceiro melhor marcador daquela que é para muitos a melhor liga do mundo, com 18 golos. Na época passada os red devils conseguiram ficar em segundo lugar e têm vindo a crescer sob o leme de Ole Gunnar Solskjaer. Equipa maior desde que foi criada a Premier League, mas com Alex Ferguson, o United reforçou-se em posições essenciais. Foi buscar Varane ao Real Madrid para ser o esteio do centro da defesa e Sancho veio do Borussia Dortmund para desequilibrar no ataque, juntamente com jogadores como Cavani, Rashford ou Martial. Já com Bruno Fernandes estará, a menos que saia, Paul Pogba. Desde 2012/2013 que Old Trafford não vê o troféu da Premier League ser levantado pelo seu capitão.

Klopp a liderar do banco, Alisson na baliza, Van Dijk, Robertson, Alexander-Arnold, Fabinho, Henderson, Firmino, Mané, Salah. Convenhamos, não é difícil adivinhar muitos dos jogadores que jogarão mais vezes no Liverpool do alemão. Depois de quebrado o jejum em 2019/2020, a época passada não foi a ideal para os de Anfield Road, mas não deixarão de dizer presentes no lote dos campeonatos ao título. Até agora, não houve nenhuma entrada sonante, mas há a ter em conta que esta análise é feita com o mercado ainda em aberto. Nas saídas a história é diferente, porque Wijnaldum, em final de contrato, foi para o PSG ser colega de Neymar, Mbappé e… Messi. Jürgen Klopp é um treinador experiente, titulado e habituado a encontrar soluções. Pois bem, está obrigado a tal para substituir o excelente “box to box” que era o holandês.

Numa transferência que terá rondado os 115 milhões de euros, Romelu Lukaku (agora muito “mais jogador”), agora com 28 anos, voltou a Stamford Bridge para jogar no Chelsea, nada mais, nada menos que o vencedor da última edição da Liga dos Campeões. Com a época passada a terminar com uma vitória na liga milionária, os blues, orientados por Thomas Tuchel, alemão de 47 anos, desde a época passada, a atual temporada iniciou-se com uma vitória na Supertaça Europeia, mesmo que com uma vitória nas grandes penalidades. O Chelsea é uma equipa que joga bem e sabe, acima de tudo, perceber os momentos do jogo. Saiu Giroud para o AC Milan, mas a chegada de Lukaku pode ser a peça que falta numa equipa que já tem, por exemplo, Jorginho e Kanté a dominar o meio-campo e craques com Havertz ou Pulisic mais na frente. Depois de um 4.º lugar em 2020/2021, é uma das equipas, como quase sempre, a ter em conta para a vitória final de um campeonato que já não vence desde 2016/2017, então com Antonio Conte no banco.

O Arsenal de Mikel Arteta vive dias difíceis e parece que está demorado o “clique” para que não só consiga jogadores que efetivamente façam a diferença, e que esses se misturem em boa forma como craques jovens como Bukayo Saka. Este ano, Nuno Mendes, ex-Benfica, faz parte do plantel dos gunners.

Nota ainda para o Leicester City de Brendan Rodgers, que tirou o primeiro troféu da época ao Manchester City, a Supertaça de Inglaterra, e que tem sempre conseguido manter equipas competitivas nos últimos anos, mesmo que os “nomes”, que pouco contam dentro de campo, possam não ser dos mais conhecidos ou de nomeada. Rodgers faz a sua equipa jogar com intensidade. Os foxes, na luta pela Europa, terão certamente de ter em conta equipas como o Everton, o West Ham, ou até Aston Vila e o Leeds do “louco” Bielsa.

Além disto, existem ainda três principais dúvidas: se os três promovidos, Norwich. Brentford e Watford, se conseguem “aguentar” até ao final do campeonato.