Luís Marques Mendes diz que há “uma coligação negativa” contra Pedro Nuno Santos na corrida à sucessão de António Costa como líder do PS. Na sua análise ao Congresso do PS que decorreu este fim-de-semana em Portimão, o comentador da SIC afirmou que “para António Costa o futuro líder do PS pode ser qualquer um desde que não seja Pedro Nuno Santos.”

Explicando o que entende por coligação negativa, Marques Mendes explicou que o nome do atual ministro das Infraestruturas é aquele que é falado há mais tempo como provável líder do PS no futuro. “Agora, de tempos a tempos, surge um nome lançado contra Pedro Nuno Santos. Já foi Fernando Medina, depois Ana Catarina Mendes, a seguir Mariana Vieira da Silva e este fim de semana o primeiro-minsitro lançou o nome de Marta Temido em entrevista ao Observador. Visto de fora, em termos analíticos, de um lado está Pedro Nuno Santos e do outro, está uma coligação negativa contra o Ministro das Infraestruturas”, afirmou.

Aliás, Medina, Ana Catarina, Nuno Santos e Vieira da Silva estiveram juntos na única bancada do palco principal do Congresso do PS. “Puseram-se a jeito para a especulação. Quem teve esta ideia merece o prémio Nobel do disparate”, criticou Marques Mendes.

Para Mendes, o tema da sucessão de António Costa (que foi, na sua visão, o grande tema do Congresso do PS) foi aberto pelo próprio primeiro-ministro na sua última entrevista ao Expresso e representa um “disparate” que “mina a autoridade do primeiro-ministro e a coesão do Governo. Vira o partido para dentro. Ofusca a mensagem oficial do Governo. Só não terá consequências maiores porque não há oposição. E, enquanto não houver oposição, o primeiro-ministro pode fazer os disparates que quiser”, afirmou.

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“Processo de vacinação terminará com 85% da população vacinada”

Marques Mendes diz que o processo de vacinação liderado pelo vice-almirante Gouveia e Melo “é um grande sucesso” (“estamos num excelente segundo lugar na União Europeia, muito acima de países como a Alemanha, França, Itália ou Espanha”) mas “terminará daqui a um mês, entre a terceira e a quarta semana de Setembro. Quando se atingir a marca de 85% de portugueses com a vacinação completa. Porquê 85%? Porque 12,5% são crianças não vacináveis, abaixo dos 12 anos, e 2,5% é o número estimado de pessoas que recusam a vacinação”, afirmou.

Mendes diz que a última fase do confinamento deverá ser “antecipada”, o que significa a abertura de bares e discotecas ” “mediante certificado ou teste” e “restaurantes sem limites de pessoas por grupo.”

Em relação ao ano novo letivo, revelou as seguintes novas medidas sanitárias:

  • Máscaras não são recomendáveis até aos 5 anos mas sim a partir do 1.º Ciclo. A partir do 2.º Ciclo são obrigatórias;
  • “Testagem: testes serão alargados aos alunos do 3.º ciclo (e serão feitos entre 4 a 15 de Outubro)”, mantendo-se testes obrigatórios para os alunos do ensino secundário.
  • “Infeções na escola: recomendação para se agir de modo proporcional”. Sendo que a suspensão das aulas só deverá ocorrer por “razões e tempo estritamente necessário.”
  • “Contacto de baixo risco com testes negativos: interrupção do isolamento profilático e retoma de aulas.”

É precisamente sobre estas últimas regras que Marques Mendes deixou uma sugestão e apela à reflexão por parte da Direção-Geral de Saúde. “Depois de as escolas estarem vacinadas, não faz sentido que as regras sanitárias se mantenham praticamente iguais às anteriores. Deveriam ser flexibilizadas. Um exemplo: um aluno infetado não deveria obrigar a que toda a turma vá para casa em isolamento profilático. É um exagero.”