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Quatro anos depois, princesa Mako vai casar-se com Kei Komuro e deverá mudar-se para os EUA

Este artigo tem mais de 2 anos

O casamento de Mako, sobrinha do imperador Naruhito, foi adiado sucessivas vezes. Princesa japonesa deverá casar até ao final do ano. Para trás ficam estatuto imperial e quase 1 milhão de euros.

Emperor Naruhito Makes First Official Public Appearance Since Coronation
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Mako e Komuro conheceram-se e começaram a namorar ainda na faculdade, na Universidade Cristã Internacional, no Japão, em 2012

Carl Court/Getty Images

Mako e Komuro conheceram-se e começaram a namorar ainda na faculdade, na Universidade Cristã Internacional, no Japão, em 2012

Carl Court/Getty Images

Em 2017, a princesa Mako do Japão introduziu Kei Komuro à imprensa, num evento em Tóquio, anunciando a vontade em casar com aquele que fora seu colega nos tempos de faculdade. O enlace, com escândalos à mistura, enfrentou tempos agitados e foi adiado mais do que uma vez, até agora: princesa e plebeu, ambos com 29 anos, devem casar até ao final do ano.

Mas abandonar aquela que é a monarquia mais antiga do mundo tem os seus custos, e não só Mako vai recusar um cheque chorudo do governo (de mais de um milhão de euros), quantia prevista para as princesas que perdem o estatuto imperial na sequência do casamento, como mudar-se para os Estados Unidos: será uma quebra com a tradição imperial sem precedentes.

A história de amor de Mako, a sobrinha do imperador Naruhito, tem sido seguida com atenção — e respetiva dose de mediatismo — pela população do Japão que ao início deixou-se enternecer pela relação. Mako e Komuro conheceram-se e começaram a namorar ainda na faculdade, na Universidade Cristã Internacional, no Japão, em 2012. Um ano depois Komuro pediu-a em casamento, quatro anos antes de o noivado vir a público. Quando a vontade de casar foi expressa à imprensa do país, a princesa elogiou o sorriso do pretendente, tão luminoso quanto o sol, segundo o The Times. Em resposta, Komuro disse que ela o vigiava tão silenciosamente quanto a lua. Ajudou ter o apoio do então imperador Akihito (abdicou em 2019).

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Como qualquer história com selo imperial, de tanto mergulharem os tabloides trouxeram à tona da água um escândalo: a mãe de Komuro, viúva, recebera um empréstimo no valor de 30 mil euros de um ex-namorado sem nunca ter devolvido a quantia, a qual terá financiado os estudos do filho. Apesar da história não estar diretamente relacionada com o noivo da princesa — e de a mãe deste assegurar que o dinheiro foi dado e não emprestado —, numa sociedade onde as origens familiares têm um peso significativo foi o suficiente para alimentar a chama da suspeita: estaria o jovem a cortejar a princesa em busca de estatuto e de uma conta bancária recheada?

Japanese Princess Mako visits Peru

A princesa Mako fotografada em 2019

Carlos Garcia Granthon/Fotoholica Press/LightRocket via Getty Images

A opinião pública sobre ele mudou e, semanas mais tarde, era anunciado que a cerimónia formal que marcaria o noivado seria adiada — motivo para o atraso, segundo Mako, era a sua própria “imaturidade”. O noivado foi comunicado em setembro de 2017 e o casamento estava marcado para novembro de 2018. À data era notícia que o casal teria de esperar até 2020, ano marcado pela pandemia global e que deixou o casamento, uma vez mais, em suspenso.

Mas apesar das constantes peripécias, e do grande interesse da opinião pública na vida amorosa da princesa, o casal parece estar determinado a ficar junto: “Para nós, o casamento é uma escolha necessária para viver e honrar os nossos corações. Somos insubstituíveis um para o outro e apoiamo-nos em tempos felizes e infelizes” assegurou a princesa no ano passado.

O pai de Mako, Fumihito, deu a aprovação, embora sem grande entusiasmo: “Se é isso que eles realmente querem, então é algo que devo respeitar como pai”. “Do meu ponto de vista, acho que eles não estão numa situação em que muitas pessoas estejam convencidas e satisfeitas [com a sua relação]”, comentou também no ano passado.

O casamento discreto, previsto acontecer até a final de 2021, parece ser um reconhecimento da controvérsia que continua a rondar Komuro, com a princesa a recusar a quantia elevada que lhe seria devida com o enlace: o dinheiro dos contribuintes teria como função “preservar a dignidade de uma pessoa que já foi membro da família imperial”. De acordo com o El País, é um pedido sem precedentes que o governo está a analisar. O casal deverá ainda saltar dois rituais de casamento (Nosai no Gi e Choken no Gi), com Mako a tornar-se na primeira princesa dos tempos modernos a não se casar pelo rito xintoísta.

Japan Imperial Family Annual Official Photo Session For The New Year 2011

A família imperial fotografada em dezembro de 2010

KURITA KAKU/Gamma-Rapho via Getty Images

Por agora, Komuro, que terminou recentemente a licenciatura em Direito na Universidade de Fordham, em Nova Iorque, está à espera do resultado de um exame que o permita começar a trabalhar num escritório de advogados nos EUA (os resultados serão conhecidos em dezembro). Já Mako será o primeiro ex-membro da família imperial japonesa a estabelecer-se no exterior.

A polémica em torno deste romance reacendeu o debate sobre o futuro da família imperial japonesa, cuja lei determina que apenas os descendentes do sexo masculino da linhagem paterna podem ascender ao trono: há mais de 50 anos que não nascem rapazes no seio da realeza japonesa. À parte do imperador Akihito, que abandonou funções em 2019, dos 18 membros da família de Naruhito (atual imperador) apenas quatro são rapazes.

Não é à toa que o The Times escreve que a família imperial do Japão está à mercê do cromossoma Y. Apesar de sondagens mais recentes mostrarem um apoio crescente perante a ideia de o país ter uma imperatriz, a oposição existente não é numerosa mas sim influente.

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