O presidente do CDS-PP apelou esta quarta-feira ao primeiro-ministro, António Costa, para que “não brinque mais com a saúde dos portugueses” e voltou a pedir que a proposta da Via Verde Saúde possa avançar no próximo Orçamento de Estado. Francisco Rodrigues dos Santos considerou também que as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para usar máscaras em aglomerados populacionais, eventos em espaços exteriores e recreios das escolas, são medidas “contraditórias”.

“Eu tenho de apelar ao primeiro-ministro para que não brinque mais com a saúde dos portugueses. Não coloque a ideologia à frente da saúde. Permita a todos aqueles que não têm uma consulta, um exame e uma cirurgia no SNS [Serviço Nacional de Saúde], acederem ao setor particular e social pagos pelo Estado para terem os cuidados médicos de que precisam”, declarou hoje Francisco Rodrigues dos Santos, à margem de uma arruada em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, distrito do Porto, no âmbito da pré-campanha eleitoral autárquica.

O líder do CDS-PP voltou a relembrar que as “urgências dos hospitais no SNS estão entupidas” e que “há milhões e milhões de portugueses em filas de espera para um exame de uma consulta e de uma cirurgia”.

“É importante dizer que nesta altura o país precisa de investir nos nossos doentes que estão a morrer. Por isso eu apelo a que a proposta do Via Verde Saúde que o CDS propôs, e vai voltar a apresentar neste Orçamento de Estado, vá para a frente”, avisou o líder dos centristas, explicando que a Via Verde Saúde consiste em o “Estado dar a todos os doentes que ultrapassaram os tempos de espera no SNS, [a possibilidade] de terem uma consulta, um exame ou cirurgia pago pelo Estado no setor particular e social”.

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Francisco Rodrigues dos Santos alertou ainda que uma ministra da Saúde “não pode ser só a ministra do SNS”, mas tem de ser “uma ministra de todo o nosso sistema de saúde, que não é só o SNS”, mas também o setor particular e social.

O líder do CDS-PP disse que o SNS está “esgotado” e não consegue “chegar a todo o lado”.

Francisco Rodrigues dos Santos pediu também ao Governo para que atualize as tabelas de prestadores de saúde privados, como o caso da ADSE, para que quem não tenha de pagar a fatura sejam os portugueses.

Francisco Rodrigues dos Santos realizou esta manhã uma arruada na freguesia de Rio Tinto, concelho de Gondomar, no distrito do Porto, ao lado do candidato à Câmara de Gondomar, Jorge Ascenção, e do candidato à Junta de Freguesia de Rio Tinto, Francisco Moura. As próximas eleições autárquicas acontecem dia 26 de setembro.

Recomendações da DGS sobre máscaras na rua são “contraditórias”

A DGS recomendou esta quarta-feira o uso de máscara em aglomerados populacionais, eventos em espaços exteriores e no recreio nas escolas. Questionado pelos jornalistas sobre as recomendações anunciadas, Francisco Rodrigues dos Santos, que tem vindo a defender o fim da obrigatoriedade do uso da máscara na rua, reiterou que “mantém a mesma posição”.

“Mantenho exatamente a mesma posição, porque todos nós estamos saturados desta asfixia da nossa liberdade. Temos de aprender definitivamente a conviver com este vírus e não é com mais imposições, é com uma responsabilidade por parte da liberdade individual de cada um”.

Segundo o líder do CDS-PP, as pessoas têm o direito de reconquistar a sua vida em liberdade.

“Creio que agora temos de aprender a conviver socialmente com este vírus e acreditar que os portugueses serão conscienciosos para se protegerem a si e aos outros. Não é com mais imposições, mas com respeito pela sua autonomia, a sua liberdade individual e não com medidas tantas vezes incoerentes e contraditórias entre si que estão a saturar-nos a todos e a criar uma grande fadiga e mal-estar na nossa sociedade”.

Para Francisco Rodrigues dos Santos é altura de colocar um ponto final sobre o uso de máscara na rua.

“Ao início eram necessárias duas semanas para achatar a curva, depois um mês para recuperar o Serviço Nacional de Saúde, depois precisávamos apenas de manter restrições até haver a vacinação, depois era até à imunidade de grupo, e agora mais regras, atrás de regras e imposições sobre os portugueses. Acho que é altura de colocar um ponto final”.