A União Europeia (UE) dispõe, a partir desta quinta-feira, de um novo regulamento de controlo das exportações, nomeadamente de produtos e tecnologias sensíveis com fins como militares ou de segurança, pretendendo “responder melhor às ameaças emergentes“, foi anunciado.

“A UE reforçou a sua capacidade de resposta aos novos riscos de segurança e às tecnologias emergentes. O novo regulamento de controlo das exportações entrou esta quinta-feira em vigor e reforçará o controlo do comércio de produtos de dupla utilização – bens e tecnologias civis com possíveis utilizações militares ou de segurança -, melhorando simultaneamente a capacidade da União para proteger os direitos humanos e apoiar a segurança das cadeias de abastecimento de produtos estratégicos”, anuncia o executivo comunitário em comunicado de imprensa.

Em causa está uma atualização do regulamento de 2009, proposta pela Comissão Europeia em 2016 e que agora chega ao terreno, visando então modernizar os controlos da UE para bens e tecnologias com utilizações de natureza civil, mas que podem também ser utilizados para fins de defesa, informação estratégica e controlo da aplicação da lei – como materiais nucleares e especiais e equipamentos de telecomunicações, eletrónicos, aeroespaciais e marítimos.

Citado pela nota, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis, destaca que, “num mundo cada vez mais instável, a UE tem de conseguir responder melhor às ameaças emergentes”.

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“Tal implica um melhor controlo das tecnologias de dupla utilização, incluindo as tecnologias de cibervigilância que podem ser utilizadas indevidamente para cometer violações dos direitos humanos”, acrescenta o responsável.

Estas novas regras comunitárias permitirão, a seu ver, que os Estados-membros “trabalhem agora de forma ainda mais estreita entre si e com os seus aliados face aos potenciais riscos de segurança decorrentes da biotecnologia, da inteligência artificial e de outras tecnologias emergentes”.

“Trabalharemos também em conjunto para assegurar condições de concorrência equitativas para as empresas, por exemplo, no contexto do novo Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA”, adianta Valdis Dombrovskis.

Em concreto, o novo regulamento da UE introduz maior transparência, ao prever um reforço das consultas entre os Estados-membros e a Comissão, nomeadamente através de uma nova plataforma europeia de licenciamento eletrónico.

As novas regras visam também mais simplificação e harmonização dos procedimentos de concessão de licenças e da habilitação da Comissão para alterar a lista de produtos ou destinos sujeitos a formas específicas de controlo, estipulando ainda um reforço do intercâmbio de informações entre as autoridades responsáveis.

Garantida, com este novo regulamento, está ainda uma aplicação rigorosa dos controlos e a promoção do diálogo com os países terceiros e de condições de concorrência equitativas a nível mundial, adianta Bruxelas.