O candidato do PPM à Câmara Municipal do Porto defendeu este sábado um plano de ação global “que articule sinergias com associações no terreno” para a área social, que diz não ter existido até agora.

“Não há uma política social no Porto, não há uma política social integrada com as associações de índole privada no Porto, (…) não sei o que faz a vereação de ação social”, afirmou este sábado à Lusa Diogo Araújo Dantas.

O cabeça de lista do PPM à Câmara do Porto, que falava à Lusa depois de uma ação de campanha na Praça do Marquês, defendeu que deve haver “um plano de ação global, por um lado, que articule as sinergias com todas as associações que estão no terreno“, e que garanta “uma maior dotação financeira dessas associações”.

Diogo Araújo Dantas acrescentou que “os técnicos da Câmara têm de ir para a rua, não podem estar no escritório, têm de ir para a rua e ver a realidade — têm muitas teorias, mas, na prática, não existe absolutamente nada”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois de ter visitado “um ponto onde todos os dias há muita gente que se reúne na sopa dos pobres, para se alimentar”, demonstrou preocupação por serem “organizações privadas, neste caso, uma instituição religiosa, a fazer algo que é da responsabilidade do Estado, que é suprir as necessidades dos cidadãos”.

Para Araújo Dantas, a Câmara “tem uma obrigação especial”, já que “devia estar mais perto dos cidadãos”.

O economista não poupou críticas ao atual executivo municipal, dizendo que o presidente “Rui Moreira e a sua equipa, do alto dos seus palácios, do alto dos seus condomínios fechados, não veem as pessoas pobres, as pessoas carentes, as pessoas que precisam de ajuda e há muita gente que é invisível, que passou este tempo todo invisível, e que vai continuar invisível”.

“A Câmara tem tido uma insensibilidade enorme”, reiterou, lembrando que, “ainda há pouco tempo, retirou as camas [de pessoas sem-abrigo] como se fossem lixo”.

O candidato defende que “não há portuenses de primeira, nem de segunda, nem de terceira, há os mesmos portuenses, e aquelas pessoas são portuenses e não podem ser tratadas desta maneira”.

Candidatam-se à Câmara do Porto Ilda Figueiredo (CDU – PCP/PEV), Diogo Araújo Dantas (PPM), Sérgio Aires (BE), André Eira (Volt Portugal), Vladimiro Feliz (PSD), Bebiana Cunha (PAN), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre) e o independente Rui Moreira.

A Câmara do Porto é liderada por Rui Moreira, cujo movimento elegeu sete mandatos nas autárquicas de 2017, aos quais se somam quatro eleitos do PS, um do PSD e um da CDU.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.