Quando a Bugatti decidiu conceber uma versão muito especial do Chiron que denominou Bolide, destinada a rodar apenas em pista, o que lhe permitia ser mais larga, mais baixa, mais leve e com maior apoio aerodinâmico, já se calculava que o resultado iria ser capaz de “fazer crescer água na boca” dos amantes de hiperdesportivos. Mas o produto final superou todas as expectativas. O prémio que lhe foi atribuído, no 36º Festival Internacional do Automóvel de Paris, veio apenas confirmar que o Bolide é tão rápido e eficiente quanto apaixonante.

Um júri formado por designers profissionais, reunidos durante o festival da capital francesa, não teve (aparentemente) uma tarefa muito complicada para eleger o mais belo dos desportivos produzidos em pequenas quantidades e comercializados por valores acima de 60.000€. Isto porque, apesar de não terem sido divulgados os outros três finalistas, o Bolide foi anunciado como o vencedor da edição deste ano, com a organização a realçar que “a vantagem do Bugatti foi substancial sobre os restantes”.

“Este foi um prémio que nos deixou orgulhosos, sobretudo por ter sido atribuído por especialistas da área do design”, declarou o director de Design da Bugatti, Achim Anscheidt, acrescentando ainda que o exuberante modelo “foi desenhado em apenas quatro meses e recorrendo apenas a processos digitais”, ou seja, sem modelos esculpidos em barro ou protótipo para desenvolver fases intermédias.

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É um facto que o Bolide recupera a mecânica e o chassi do Chiron, mas o chassi foi substancialmente modificado para se adaptar a um modelo mais baixo. Por dentro também há diferenças, uma vez que o condutor e o passageiro vão sentados mais próximo do solo e, com as preocupações em reduzir o peso, muito do luxo que tradicionalmente se encontra a bordo do coupé da Bugatti, desapareceu no Bolide.

Livre da obrigatoriedade de respeitar os limites de ruído e de emissões, uma vez que se destina exclusivamente a ser utilizado em pista, o motor 8.0 W16 viu a potência subir de 1500 cv para uns (muito) mais entusiasmantes 1850 cv, com gasolina de 110 octanas, para cair para 1600 cv caso consuma a de 98.

As primeiras unidades do Bolide, das 40 que serão produzidas, vão começar a ser entregues em 2024, sendo que cada uma custa 4 milhões de euros (antes de impostos).