O Presidente da República afastou este sábado qualquer hipótese de interferir na vida política angolana, garantindo que a sua deslocação a Luanda este fim de semana em nada está relacionada com as presidenciais do próximo ano. Marcelo chegou este sábado à capital angolana para uma visita de dois dias, durante a qual irá participar na Bienal de Luanda 2021 e visitar um centro de vacinação.

“Venho [a Luanda] convidado pelo Presidente da República de Angola e venho para uma reunião que é multilateral”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, minutos antes de seguir para a Bienal de Luanda 2021 – 2021 – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.

O Presidente da República tinha sido questionado sobre se haveria encontros partidários, uma vez que a visita que realiza entre hoje e domingo antecede os congressos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de 02 a 04 de dezembro, e do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), entre 09 e 11 de dezembro.

No programa do Presidente da República está um encontro com o homólogo angolano, João Lourenço. O chefe de Estado português admitiu, porém, que “é possível que haja, no meio da reunião, oportunidade de trocar algumas impressões” sobre o sufrágio do próximo ano em Angola.

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No entanto, “não é, propriamente, um encontro específico” e Marcelo Rebelo de Sousa recusou a “introdução de qualquer fator de discriminação em qualquer período eleitoral”.

“Não devo imiscuir-me na vida interna dos vários países (…). [A visita] foi uma coisa muito específica. Não tenho agendado isso, porque pensei que isso seria uma forma de intervir num período que é um período longo, mas é, obviamente, pré-eleitoral”, sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa também visita hoje o Centro de Vacinação Paz Flor, em Luanda, e no domingo tem previstas visitas à Livraria Kiela, do escritor angolano Ondjaki, e à exposição “BOANDA – Cruzamentos artísticos entre Portugal e Angola 2020/2021, no Centro Cultural Português.

Marcelo na Bienal de Luanda com líderes africanos

De acordo com o programa oficial da visita, Marcelo marca presença na Bienal de Luanda 2021 – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz. Antes da abertura do evento, o chefe de Estado português manteve um encontro bilateral com o homólogo angolano, João Lourenço.

Na cerimónia de abertura, participam entre outras personalidades, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, o diretor-geral Adjunto da UNESCO, Xing Qu, bem como o embaixador de Boa Vontade da UNESCO para a Paz e Reconciliação, o ator norte-americano Forest Whitaker.

Marcelo Rebelo de Sousa fará uma intervenção no painel de chefes de Estado sobre o tema do ano da União Africana “Artes, Cultura e Património: Alavancas para a construção da África que queremos”.

No mesmo painel, estão previstas intervenções dos presidentes da República do Congo, Denis Sasso-Nguesso, e da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova.

Prevista está também a presença em Luanda do chefe de Estado da República Democrática do Congo e presidente em exercício da União Africana, Félix Tshisekedi, além de representantes da Namíbia, Costa Rica e Moçambique.

Durante a tarde, o Presidente português participa num diálogo intergeracional de chefes de Estado com jovens sobre o lema “Diversidade Cultural e Patrimonial de África e suas diásporas: marca de conflitos ou terreno fértil para a Paz”

Marcelo Rebelo de Sousa termina o primeiro dia de visita a Angola com uma deslocação ao Centro de Vacinação Paz Flor.

No domingo, o chefe de Estado tem previstas visitas à Livraria Kiela, do escritor angolano Ondjaki, e à exposição “BOANDA – Cruzamentos artísticos entre Portugal e Angola 2020/2021, no Centro Cultural Português.

De acordo com informação da Presidência da República, a exposição é o resultado de uma residência artística conjunta de portugueses e angolanos.

Marcelo Rebelo de Sousa fecha o programa com um jantar com a comunidade empresarial em Angola, tendo regresso previsto a Lisboa na manhã de segunda-feira.