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Ele é especial. E faz dos seus especiais (a crónica do Casa Pia-Sporting)

Este artigo tem mais de 2 anos

Rúben Amorim saiu de Pina Manique como técnico estagiário do Casa Pia e voltou dois anos e meio depois como treinador principal de um Sporting campeão. Esta noite, explicou de novo o porquê (1-2).

Coates fez o empate ainda na primeira parte na sequência de mais uma bola parada
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Coates fez o empate ainda na primeira parte na sequência de mais uma bola parada

Coates fez o empate ainda na primeira parte na sequência de mais uma bola parada

Era especial por isto. E por isto. E por isto. Ao longo da semana, foram vários os testemunhos de jogadores que passaram pelo Casa Pia na temporada de 2018/19 e que se cruzaram com um então técnico estagiário que teve a sua importância na ascensão da equipa aos escalões profissionais mais de cinco décadas depois. Esse mesmo “estagiário”, o tal que começou em Pina Manique a ter problemas por causa dos níveis que não tinha de treinador e que foram sempre uma sombra até a um passado recente, regressava à casa dos gansos na liderança do Sporting. Mais do que isso, chegava cerca de dois anos e meio depois como campeão, como vencedor de duas Taças da Liga (a primeira em Braga), como vencedor da Supertaça, como qualificado para os oitavos da principal prova europeia de clubes. Chegava, lá está, como o “especial” que sempre foi.

Casa Pia-Sporting. Tabata é expulso mais uma vez (1-2, 71′)

Não é preciso ir muito longe para se perceber esse toque de Midas que tem acompanhado o treinador nos primeiros anos de carreira. A relação que tem com os jogadores ou a maneira como trabalha com o grupo têm particularidades que se confundem com a própria personalidade de Amorim enquanto líder mas o que se passou em Barcelos frente ao Gil Vicente foi um exemplo paradigmático dos resultados que consegue depois retirar da equipa: por um lado, a forma como, em inferioridade numérica, abdicou de um jogador como Sarabia para lançar Nuno Santos, recuperou a linha de três até para proteger Coates de todos os deslocamentos que fizera em dupla com Gonçalo Inácio e começou aí a ganhar o jogo; por outro, a análise que fez à expulsão de Luís Neto, que quase esvaziou aquilo que não deixou de ser um problema.

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“É um local muito especial para mim, onde comecei a minha carreira como treinador. Quero manter as boas recordações e não ganhando pode tornar-se num pesadelo… Vou reencontrar pessoas. O Carlos Pires não está lá, está no Massamá, mas vou reencontrar alguns. Mas eles conhecem-me e sabem que aquilo que eu quero é trazer a eliminatória para Alvalade e passar à próxima fase”, comentara a esse propósito Rúben Amorim, que na última época não foi além dos oitavos da Taça de Portugal após uma derrota na Madeira com o Marítimo que impediu que lutasse até uma fase mais adiantada pela única prova nacional que ainda não conseguiu ganhar entre quatro títulos entre janeiro de 2020 e agosto de 2021.

“Espero um jogo difícil, contra uma equipa que não tem nada a perder, num campo muito característico. Temos de ser muito sérios. E se houve jogos, já este ano, em que só os ganhámos porque entrámos sempre a pensar que era possível vencer, acho que aqui é um pouco o contrário. Temos que entrar em campo sabendo que podemos perder este jogo. Se não formos muito sérios e encararmos o jogo como uma final podemos não ultrapassar esta eliminatória, o que seria um grande problema para nós”, prosseguira, avançando com algumas indicações sobre a equipa que poderia começar a partida em Pina Manique: “Vamos mudar um bocadinho de acordo com a equipa adversária. É preciso jogadores frescos e com ainda mais fome, também para manter toda a gente preparada. Vai jogar a melhor equipa para vencer o jogo”.

Amorim parecia estar a adivinhar o que teria pela frente e como uma entrada sem a habitual intensidade nas transições defensivas poderia causar problemas. Trouxe mesmo. No entanto, voltou a ter dedo na recuperação. Nos esquemas táticos das bolas paradas que voltaram a fazer mossa, na colocação de Paulinho ao intervalo que mudou de vez o jogo, com as substituições após a expulsão de Tabata que congelaram a vantagem. Ao todo, o Sporting leva já 15 vitórias seguidas em provas nacionais com um grupo que é um verdadeiro grupo e que, mesmo nos momentos em que perde parte do seu ADN sem bola, consegue mudar a atitude e ganhar com um golo de Sarabia, uma das estrelas da equipa que foi “sacrificado” no último encontro em Barcelos logo à meia hora mas que manteve a mesma disposição em Pina Manique.

Com seis alterações em relação à equipa que iniciou a partida diante do Gil Vicente, promovendo a subida à titularidade do guarda-redes João Virgínia, dos laterais Ricardo Esgaio (que está recuperado da Covid-19) e Nazinho, dos médios João Palhinha e Daniel Bragança e do avançado Bruno Tabata, o Sporting teve até uma boa aproximação ao último terço sem remate mas foi o Casa Pia a conseguir os primeiros lances de algum perigo na área através de um jogo mais direto perante a passividade da defesa leonina. Quando os visitados conseguiam sair em transição, o que faziam, faziam bem. Tão bem que inauguraram mesmo o marcador por Jota, a cabecear picado na área sem hipóteses após cruzamento de Poloni na esquerda (8′).

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A surpresa estava montada e ouviu-se mesmo fogo de artifício em Pina Manique. Em condições normais, até pela diferença de valia individual e coletiva entre as equipas, poderia ser uma festa antecipada com uma duração limitada mas, até à meia hora de jogo, o Casa Pia até foi conseguindo resistir sem sobressaltos de maior junto à sua baliza entre um cabeceamento de João Palhinha por cima (17′), uma grande penalidade pedida por Bruno Tabata por mão na bola de Hebert Santos (21′) e um remate de Daniel Bragança descaído sobre a esquerda com defesa de Lucas Paes para canto (23′). Oportunidades flagrantes, nenhuma.

No entanto, e mesmo não estando a fazer propriamente uma boa exibição, o Sporting conseguiu mostrar uma outra capacidade nas zonas de pressão altas, impedindo quase por completo que os gansos saíssem em transições como acontecera nos minutos iniciais, e montou o cerco à baliza dos visitados até chegar de forma quase natural ao empate na sequência de um canto com desvio ao primeiro poste e toque final na pequena área de Coates (33′). Os leões faziam na bola parada a diferença que não conseguiam com bola corrida (minutos antes Matheus Reis tinha ficado perto do golo de cabeça após livre lateral de Sarabia) mas o intervalo só chegou ainda com a igualdade porque Lucas Paes conseguiu fazer a “mancha” a remate de Bruno Tabata na área (35′) e porque nova meia distância de Daniel Bragança saiu ao lado (42′).

Ao intervalo, Rúben Amorim não quis perder tempo e mexeu logo na equipa, colocando Paulinho na equipa para ganhar uma referência ofensiva mais fixa (dentro da habitual mobilidade) e abdicando de Nazinho, arrastando Bruno Tabata para fazer todo o corredor esquerdo. A entrada do avançado, quase com efeitos imediatos, trouxe outro Pedro Gonçalves ao jogo e ajudou também ao aparecimento de Sarabia mas foi sobretudo a atitude que mudou e que “atropelou” a resistência do Casa Pia: João Palhinha atirou muito perto do poste logo a abrir após uma recuperação em zonas avançadas (46′), Pote acertou mesmo no ferro após jogada individual (53′) e Sarabia fez mesmo o 2-1 com um tiro de pé esquerdo que bateu na trave, foi ao relvado, não foi de imediato validado mas que com a ajuda do VAR deu mesmo golo (57′).

Em condições normais, não só pela vantagem mas pelo domínio total no encontro, o Sporting teria a eliminatória mais do que controlada, havendo ainda mais duas aproximações com perigo tendo Paulinho como unidade do último passe que não chegou depois a ter finalização. E essa ideia não chegou mesmo a estar em risco. No entanto, e para os últimos 20 minutos, as características da partida mudaram com mais uma expulsão de Bruno Tabata, desta vez com vermelho direto após pisar Jota na perna (mesmo sendo algo involuntário não deixou de ser imprudente), o que levou Amorim a lançar Ugarte e Matheus Nunes para segurar o meio-campo e Nuno Santos para equilibrar a equipa na esquerda. Mesmo não gerindo o jogo como poderiam ter feito, os leões saíam com a vitória. E ouviu-se mais fogo de artifício.

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