Nem é preciso explicar a frase para entender a dimensão do feito: em 2021, o FC Porto não perdeu para o Campeonato. A equipa de Sérgio Conceição alcançou algo que só tinha acontecido noutras três ocasiões, em 2011, 1996 e 1986, e o treinador já igualou o registo de André Villas-Boas com os 44 pontos que leva em 16 jornadas. No horizonte, já só está a longínqua marca de Siska, na primeira edição da Liga portuguesa, em 1939/40 e com 45 pontos nos primeiros 16 jogos da época.

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Com o resultado desta quinta-feira, os dragões chegaram à vitória 99 frente ao Benfica, mais 11 do que os encarnados — sendo que, há escassos 11 anos, o registo estava totalmente igualado. Nos últimos dois anos, o FC Porto marcou três ou mais golos ao Benfica no Dragão em três de quatro encontros, um dado que não deixa de espelhar a superioridade que os dragões têm tido e demonstrado em relação a um dos principais rivais na história mais recente.

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Na flash interview, logo depois do FC Porto vencer o Benfica pela segunda vez no espaço de uma semana, Sérgio Conceição lembrou o regresso ao banco de suplentes depois de cumprido o castigo mas ressalvou que os objetivos foram alcançados pela restante equipa técnica. “Regressei ao banco, mas a equipa técnica cumpriu quando não estive. Tenho pessoas competentes para ficar no banco e lidar com o jogo da melhor forma. Foi o que fez o Vítor Bruno. Somos um e trabalhamos em conjunto. Durante a semana, estava criado um ambiente que não era fácil, porque trabalhar em cima de um jogo de grande qualidade como foi o da Taça e preparar este, dentro do que eram os pontos de interrogação que tínhamos do lado do adversário… Os jogadores unem-se quando um treinador sai e criam um ambiente onde verdadeiramente tentam virar o momento negativo. Trabalho o que são os pormenores do jogo”, explicou o treinador, confirmando que não sabia como antecipar o que os encarnados iam fazer.

“Não era fácil porque não sabíamos o que o Veríssimo ia fazer, se continuava com a mesma estrutura ou mudaria. Era um jogo difícil nesse sentido. Vi muito entusiasmo nos adeptos e criou-se uma expectativa pelo momento negativo do Benfica. Nestes momentos, as equipas sobem para patamares importantes na dedicação ao jogo. Olhámos para nós e quisemos manter ao máximo o que foi em feito no último jogo, daí manter o meio-campo e o Fábio Vieira jogar num posição diferente, com o Pepê pela esquerda. Criámos uma dinâmica diferente pela esquerda, já que a linha defensiva deles não estava completa ao nível dos jogadores que nos podiam defrontar. Os jogadores foram competentes e a equipa foi realista. Mantivemos o que somos e não abdicámos do que somos independentemente do adversário. Foi uma vitória merecida, com momentos de jogo onde tivemos grande qualidade, mas também associado a um nível competitivo muito alto”, acrescentou Sérgio Conceição.

Por fim, o treinador dos dragões abordou as ausências de Luis Díaz e Evanilson, dois habituais titulares que estiveram ausentes devido à Covid-19 e a castigo. “Quando chego aqui e falo do grupo pode parecer forçado para dar moral, mas não é. Quando falo do grupo que tenho, dessa ambição e dedicação que têm diariamente no trabalho, não estou a mandar mensagens para ninguém. É verdade que tivemos dois jogadores que não são titulares mas deram uma boa resposta, o que me deixa muito feliz. Foram o que são os outros todos que não jogam tanto. Deram uma excelente resposta”, terminou.