Leicester, Tottenham, Manchester United. Os três primeiros adversários de Bruno Lage na Premier League pelo Wolverhampton não eram propriamente os mais desejáveis mas em todos os encontros ficou a mesma ideia: a derrota pela margem mínima não refletia o bom que a equipa tinha feito em campo. E foi isso que se viu daí para a frente, com duas séries de cinco jogos consecutivos a fazer quatro vitórias e um empate que colocaram a equipa nos oito primeiros lugares. Agora, com Arsenal, West Ham e Crystal Palace, o Wolves voltara a quebrar. E a resposta a essa fase menos conseguida era o grande desafio na receção ao Watford.

Afinal, o fulgor do Wolves era de Crystal: equipa de Bruno Lage perde com o Palace e soma terceira derrota seguida

No final, melhor era impossível. E a bonança após a tempestade veio acompanhada daquela que foi a maior goleada do técnico português na Premier League com três golos apontados ainda na primeira parte por Raúl Jiménez (13′), Cucho Hernández na própria baliza (18′) e Daniel Podence (21′). O melhor estava mesmo guardado para o fim, com Rúben Neves a fechar o 4-0 com um golo de antologia num chapéu na área a Ben Foster que fez recordar a muitos um momento de magia de Eric Cantona com o 7 do Manchester United.

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“Depois do que fizemos no último encontro com o Crystal Palace, especialmente nos primeiros 45 minutos, merecíamos esta vitória pelo que trabalhámos e os adeptos mereciam uma exibição destas. Aquilo que era o nosso objetivo era jogar como sabemos. Conseguimos isso. Começámos bem, marcámos cedo e criámos boas situações, com o terceiro golo a ser bom também por nascer de uma zona de pressão alta, como já tínhamos feito com o o Tottenham e com o Arsenal. Temos de fazer isto mais vezes”, frisou Bruno Lage.

“Precisávamos que os jogadores jogassem o seu jogo. Não fizemos isso com o Crystal Palace, tivemos medo de ter a bola e jogar com bola, tentámos demasiadas vezes os passes longos e não assumimos riscos. Hoje não era apenas sobre o resultado, era sobre a forma como iríamos jogar. Tivemos mais posse, conseguimos dominar com bola e não tivemos medo de jogar. Isso é muito importante e deve ser sempre a nossa filosofia, ir para jogo como treinamos desde o primeiro dia”, acrescentou, antes de falar de Rúben Neves.

“Em Portugal, dizemos que este tipo de golo paga o bilhete. Achei que ele tinha perdido o momento de remate quando entrou para dentro mas é por isso que digo todos os dias aos meus jogadores que nunca joguei futebol. A única pressão que coloco nos rapazes é fazerem as coisas bem feitas nos treinos porque depois a pressão vem de todos os lados. O Rúben sabe que o que quero e desejo para a sua carreira. O Rúben tem de ser o topo do topo. A pressão para ele é no domingo voltar a fazer outra grande exibição, é assim que ele deve estar sempre e, dessa forma, pode conduzir a nossa equipa a outros níveis”, referiu.

“O que é estar no topo do topo? Estar no topo e ser o topo do topo não é marcar golos como este todas as semanas mas é fazer o que fez hoje. A forma como ele ligou o jogo com a defesa, como encontrou jogadores nas entrelinhas, esse é o Rúben que eu quero todos os dias”, concluiu Bruno Lage, que ficou com as mãos no ar ao ver o grande golo do internacional português que fechou a goleada do Wolverhampton frente ao Watford e reforçou o oitavo lugar da equipa na Premier League, a quatro pontos do Manchester United.