O Teatro Variedades, no Parque Mayer, em Lisboa, desativado há cerca de três décadas, deve reabrir “no primeiro trimestre de 2023”, após conclusão da reabilitação do edifício e da empreitada de arquitetura cénica, revelou esta quarta-feira a câmara municipal.

“A empreitada de reabilitação do edifício tem previsão de conclusão no 3.º trimestre de 2022. Para a conclusão da obra é necessário proceder ainda à empreitada de arquitetura cénica. O Teatro Variedades irá reabrir assim que estiverem reunidas todas as condições para o desenvolvimento de atividade, o que se prevê acontecer no primeiro trimestre de 2023”, indicou a Câmara Municipal de Lisboa, em resposta à agência Lusa.

Em março de 2019, a câmara municipal decidiu aplicar uma multa, no valor de 728.500 euros, ao empreiteiro responsável pela requalificação do Teatro Variedades, assim como a resolução do contrato e a anulação do saldo da empreitada no montante de mais de três milhões de euros, com IVA incluído.

No seguimento dessa situação, as obras de requalificação do Teatro Variedades voltaram a ser adjudicadas, em 31 de janeiro de 2020, à empresa Construções Gabriel A. S. Couto, SA., “pelo valor de 4,798 milhões de euros e prazo de 540 dias”, informou a autarquia.

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“O projeto de requalificação do teatro é da autoria do atelier Aires Mateus e Associados — Espaço de Arquitetura”, adiantou a câmara municipal.

A proposta de requalificação do Teatro Variedades foi aprovada, por unanimidade, em dezembro de 2015 pelo executivo camarário de Lisboa, na altura sob a presidência de Fernando Medina (PS), determinando a adjudicação da empreitada através de um concurso público no valor de mais de quatro milhões de euros.

Segundo essa proposta, assinada pelo então vereador do Urbanismo Manuel Salgado (PS), a “requalificação do Teatro Variedades está integrada na intervenção do recinto do Parque Mayer, sendo este um edifício classificado no conjunto de interesse público da Avenida da Liberdade” e, “face ao preço base do concurso, o procedimento deverá ser lançado com recurso a um concurso público”, sem especificar o teor da intervenção.

A obra, que deveria estar concluída no prazo de um ano, tinha o preço base de 4,1 milhões de euros, com exclusão do IVA (6%), e foi justificada pelo estado de degradação do edifício, “derivado do abandono” nos anos anteriores e “devido à fraca qualidade das sucessivas intervenções de que foi alvo”.

Ainda segundo a proposta, com a intervenção pretendia-se “a revitalização do edifício enquanto espaço de espetáculos”.

“O conceito subjacente a esta proposta de intervenção é o de reabilitar os espaços principais, completando-os com uma nova envolvente funcional, compreendida nos acessos, áreas técnicas e de apoio”, segundo a proposta de 2015.

Em março de 2013, o então presidente da autarquia, António Costa (PS), já tinha anunciado obras de requalificação do teatro ainda para esse ano.

Na altura, o autarca socialista sublinhou a importância do teatro para a cidade, considerando-o uma das “manifestações culturais mais interessantes”, por fazer “as pessoas pensarem e participarem”.