De acordo com o estudo “Jovens e Educação Sexual: Conhecimentos, Fontes, Recursos”, citado pelo Jornal de Notícias, 55% dos adolescentes atualmente numa relação sexualmente ativa admitem não usar sempre o preservativo. A investigação mostra que, em 2021, grande parte dos jovens usou este método contracetivo na primeira relação sexual de modo a evitar uma gravidez: foram 88,4% face aos 97% registados em 2008.

O estudo que vai ser apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa — juntamente com a Associação para o Planeamento da Família e o Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social — resulta de um inquérito online que reuniu 2.319 respostas. Tendo em conta os estudantes que tiveram relações sexuais, 59% dizem usar a pílula e 24% optam por interromper o coito. A principal preocupação é evitar uma gravidez, com as doenças sexualmente transmissíveis a passarem para segundo plano.

Maria Manuel Vieira, uma das coordenadoras da investigação, fala num menor conhecimento da sexualidade face a 2008, numa altura em que existia “um foco muito acentuado nas questões da SIDA”. À volta de 27% dos jovens, tanto do sexo masculino como do sexo feminino, admitem ter um “conhecimento mau” face aos contracetivos e às DST. Ainda assim, as raparigas são mais informadas sobre as questões da sexualidade (cerca de 31% das jovens têm um “conhecimento muito bom”, contra 17,5% dos rapazes).

O estudo revela ainda que a gravidez é uma das principais dúvidas entre os jovens que responderam ao inquérito online, cuja média de idades se situa nos 16 anos, e que o uso da pílula na primeira relação sexual aumentou (mais de 26% das raparigas admitem o seu uso), bem como a prática do coito interrompido. Ainda assim, o preservativo permanece o contracetivo mais usado na primeira relação sexual com um parceiro (mais de 92% raparigas contra 88,4% dos rapazes).

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