Depois das três etapas iniciais em território húngaro, o Giro de 2022 teve esta segunda-feira a primeira folga e entrava esta terça-feira em Itália. A quarta etapa, com 172 quilómetros, ligava Avola ao Monte Etna e era o primeiro grande teste físico aos ciclistas, com João Almeida a voltar ao local onde, em 2020, conquistou a camisola rosa que vestiu durante duas semanas.

O ciclista português, no 11.º lugar de uma classificação geral liderada por Mathieu van der Poel, partia como um dos favoritos e procurava dar o primeiro passo mais assertivo numa competição onde se tem mostrado muito tranquilo mas onde também ainda não conseguiu um resultado afirmativo. “Senti-me bem, é isso. Não há uma grande margem perdida. Estes dias são sobre encontrar a forma e não perder tempo importante para os outros favoritos. O Etna não é muito duro mas o ritmo é forte e vão aparecer diferenças, claro que sim. Vou na expectativa de perceber o que vão fazer os outros mas sinto-me bem e claro que vou tentar atacar”, explicou João Almeida.

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O primeiro período do percurso trouxe desde logo uma queda que envolveu Simon Yates, na parte traseira do pelotão, e ficou essencialmente marcado pelo abandono de Miguel Ángel López: o espanhol da Astana, também ele cotado como um dos favoritos à vitória no Monte Etna, não conseguiu resistir às dores provocadas por uma lesão no quadril e acabou mesmo por colocar um ponto final na participação no Giro. Nesta fase, um grupo de oito ciclistas ia liderando uma espécie de fuga a sete minutos do pelotão, onde o ritmo era ditado pela INEOS e a Team Bahrain Victorious.

À entrada para a última subida de 23 quilómetros, Simon Yates e João Almeida estavam separados por 18 segundos, com vantagem para o britânico. O ritmo ia aumentando de forma praticamente transversal ao longo de todo o pelotão e Stefano Oldani (Alpecin-Fenix) ia encabeçando a corrida, seguido de Mauri Vansevenant (Quick-Step) e Rein Taaramae (Intermarché-Wanty-Gobert). Juan Pedro López, da Trek-Segafredo, assumiu o primeiro lugar a cerca de 10 quilómetros do fim — João Almeida estava na segunda metade do pelotão, encaixado entre os colegas da Emirates e a quase quatro minutos do líder.

Lennard Kämna, da Bora, atacou nos quilómetros finais e aproximou-se de Juan Pedro López, acabando por ultrapassar o espanhol e aproveitar um erro que este cometeu na última curva para vencer tranquilamente a quarta etapa do Giro no Monte Etna. Ainda assim, com o segundo lugar, López subiu à liderança da classificação geral e é agora o dono da camisola rosa. João Almeida foi 10.º, a dois minutos e 37 segundos de Kämna, e subiu à oitava posição da tabela.