Um Corpo que Dança-Ballet Gulbenkian 1965-2005

Nunca ninguém tinha feito um documentário sobre os 40 anos de vida de uma instituição pioneira da dança em Portugal, e de tão grande importância para a vida artística e cultural nacional como foi o Ballet Gulbenkian. Marco Martins corrige essa falha com este filme (que também será exibido na RTP em data a anunciar), construído a partir de um aturado trabalho de pesquisa em arquivos nacionais e estrangeiros (há imagens inéditas, outras pouco vistas e outras ainda esquecidas, além de muitos depoimentos). Nele, o realizador de “Alice” põe em paralelo a história da formação, do desenvolvimento, do papel e da influência do Ballet Gulbenkian, com a história de Portugal ao longo de quatro décadas, dos últimos anos do regime autoritário e do seu fim no 25 de Abril seguido pela agitação do PREC, até aos tempos da democracia plena e à extinção abrupta e polémica da instituição, em 2005. Apesar de algum esquematismo em certos momentos da contextualização de época, “Um Corpo que Dança-Ballet Gulbenkian 1965-2005” é um trabalho completo, vigoroso e cheio de ritmo.

A Promessa de Hasan

O turco Semih Kaplanoglu, autor de “Mel” (2010), assina este filme pastoral e moral sobre o agricultor do título, que ficou com as terras depois do pai morrer e ter enfrentado o irmão em tribunal. Após ter conseguido, usando de influências, desviar para o terreno vizinho um poste de alta tensão que ia ser instalado num lote seu e prejudicar a sua cultura de tomates, Hasan é informado que ele e a mulher foram sorteados para a próxima peregrinação a Meca. Mas antes, vai ter que cumprir a promessa que fez àquela: reparar os erros do passado. E pouco a pouco, Kaplanoglu faz-nos perceber que Hasan não é o homem bonómico e recto que aparentava ser, e põe a personagem perante a sua consciência, e os remorsos pelos seus actos. Apresentando pontos de contacto com os filmes do seu compatriota Nuri Bilge Ceylan, do estilo pausado à atenção dada à natureza, “A Promessa de Hasan” é, no entanto, mais literal e obviamente metafórico.

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Buzz Lightyear

Na série de animações “Toy Story”, Buzz Lightyear é um brinquedo que julga que é um Ranger do Espaço e comporta-se como tal. Em “Buzz Lightyear”, de Angus MacLane, que autonomiza esta personagem das fitas da Pixar, Buzz é mesmo um Ranger do Espaço, já que o filme não é sobre o brinquedo, mas sim sobre a personagem que o originou. O pequeno Andy, o dono dos brinquedos, viu-o em 1995, tendo depois recebido de presente dos pais o boneco baseado na figura do Buzz do cinema. É esse mesmo filme que estamos a ver aqui, já que a Pixar preferiu não seguir nos passos da fita para “home video” e da série de desenhos  animados que produziu em 2000 e 2001 com esta personagem de “Toy Story”, e tentar uma abordagem nova. E em vez de Tim Allen, que tem sempre dado a voz a Buzz, é agora Chris Evans a falar pela sua versão “realista”. “Buzz Lightyear” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.